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Jogadores australianos criticam condições de trabalhadores no Catar antes da Copa do Mundo

Jogadores australianos criticam condições de trabalhadores no Catar antes da Copa do Mundo


Eles também pedem a descriminalização de todas as relações entre pessoas do mesmo sexo. Líder do Catar diz que muitas das críticas que o país tem recebido são calúnias. Bandeiras dos países que disputarão a Copa do Mundo são exibidas ao longo de uma rua em Doha, no Catar
REUTERS/Hamad I Mohammed
A seleção australiana de futebol se manifestou pedindo uma posição do governo do Catar sobre direitos humanos negados e criminalização de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo em um vídeo divulgado nesta quinta-feira (27), aumentando as críticas ao do anfitrião da Copa do Mundo semanas antes do início do torneio.
O Catar, o primeiro país do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo, está sob intensa pressão internacional por seu tratamento a trabalhadores estrangeiros e leis sociais restritivas.
“Aprendemos que a decisão de sediar a Copa do Mundo no Catar resultou no sofrimento de inúmeros colegas de trabalho”, disse o meio-campista Jackson Irvine.
O vídeo, gravado por jogadores da seleção da Austrália, critica as condições de trabalho dos mais de 1,6 milhões de trabalhadores migrantes do Catar. Eles também pedem aceitação do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, que são ilegais no país.
“Como jogadores, apoiamos totalmente os direitos das pessoas LGBTQIA , mas no Catar as pessoas não são livres para amar as pessoas que escolhem”, disse o meio-campista Denis Genreau.
Os Socceroos, apelido do time australiano, reconheceram as reformas feitas até o momento, mas pediram mais, incluindo um centro para migrantes, solução para aqueles que tiveram direitos negados e a descriminalização de todas as relações entre pessoas do mesmo sexo.
Uma declaração separada da Football Australia reconheceu as reformas, mas disse que os jogos foram associados “ao sofrimento de alguns trabalhadores migrantes e suas famílias”.
A inquietação sobre direitos humanos negados no país levou a pedidos de equipes e funcionários para boicotar os jogos. O governo holandês confirmou na semana passada que enviaria uma delegação apesar de uma votação parlamentar pedindo que não a enviasse.
Calúnias e críticas construtivas
Emir do Catar Tamim bin Hamad Al Thani participa de uma reunião com o presidente do Irã Ebrahim Raisi (que não aparece na foto) no Cazaquistão, em 13 de outubro de 2022
Presidente do Irã/WANA via Reuters
Algumas das críticas que o Catar vem enfrentando são calúnias, disse o emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad al-Thani, em um discurso na terça-feira (25), mas sem especificar exatamente quais seriam os comentários caluniosos.
“Inicialmente, lidamos com o assunto de boa fé”, afirmou o xeque Tamim em um discurso político televisionado, acrescentando que algumas das críticas iniciais foram construtivas.
Mas, disse ele, uma campanha contra o Catar se expandiu para “incluir invenções e padrões duplos que foram tão ferozes que infelizmente levaram muitas pessoas a questionar as verdadeiras razões e motivos por trás da campanha”.
O governo introduziu reformas, incluindo regras para proteger os trabalhadores do calor e um salário mínimo mensal de 275 dólares, e diz que continua a desenvolver seu sistema de trabalho.
Os trabalhadores estrangeiros representam 85% da população de cerca de 3 milhões do Catar, que está entre os maiores produtores de gás natural do mundo e uma das nações mais ricas per capita.

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