Uma diferença significativa entre o português e o inglês é a ordem das palavras, especialmente na formação de perguntas
Você sabia que cada idioma oferece uma perspectiva única sobre o mundo? Olá, eu sou Leo Reis, linguista e professor. Hoje, vou explorar como compreender as diferenças entre idiomas, como o português e o inglês podem enriquecer o aprendizado e, mais importante, aprimorar o uso prático de uma nova língua.
No português, o uso de diminutivos, como cafezinho ou amiguinho, é uma forma comum de expressar carinho ou informalidade. Por outro lado, o inglês não possui uma estrutura específica para diminutivos neste sentido. E se recorremos à tradução literal, que seria traduzir amiguinho para “little friend”, a conotação se altera significativamente.
A expressão “my little friend” em inglês pode ser interpretada como “meu pequeno amigo” ou “minha pequena amiga”, dependendo do contexto. No entanto, esse uso nem sempre carrega o tom afetuoso que os diminutivos em português sugerem.
Em alguns casos, pode ser simplesmente literal, referindo-se a um amigo jovem ou de baixa estatura. Em outras situações, pode ter conotações humorísticas, irônicas ou até ameaçadoras, dependendo do tom e do contexto em que é utilizado, como no filme “Scarface” quando Al Pacino diz: “Say hello to my little friend”.
Esse exemplo ilustra claramente uma das muitas diferenças culturais entre as línguas, destacando como as nuances do idioma podem afetar a comunicação e a interpretação.
Em meu livro, “Sociolinguistic Aspects of Brazilian Portuguese”, analiso como o português brasileiro reflete questões sociais e culturais específicas. Compreender essas diferenças sociolinguísticas nos ajuda a perceber como o inglês também molda as interações sociais de seus falantes.
Uma diferença significativa entre o português e o inglês é a ordem das palavras, especialmente na formação de perguntas.
Em português, podemos simplesmente alterar a entonação para transformar uma afirmação em uma pergunta, como em:
“Você gosta de sushi?”
No inglês, a ordem das palavras altera a estrutura completamente. Para formular a mesma pergunta, dizemos:
“Do you like sushi?”
A diferença é que, enquanto em português basta modificar a entonação para indicar uma pergunta, no inglês é necessário inserir do verbo auxiliar ‘do’.
Essa distinção é crucial para quem está aprendendo inglês, pois não se pode simplesmente alterar a entonação, como no português: é fundamental usar a estrutura correta.
Como a linguística pode ajudar no aprendizado de inglês? Veja três exemplos práticos:
Entenda os falsos cognatos: palavras como “actually” (que significa “na verdade”) podem ser confusas porque se assemelham à palavra “atualmente”. Reconhecer essas diferenças é essencial.
Observe padrões gramaticais: o uso constante de auxiliares como “do” e “did” no inglês é uma regra fundamental. Eles são ferramentas para construção de frases, não barreiras a serem superadas.
Aproxime-se pela fonética: muitos brasileiros enfrentam dificuldades com o som do “th”, presente em palavras como “think” ou “this”. Compreender que essa dificuldade decorre da ausência desse som em português é o primeiro passo para superá-la.
Aprender uma nova língua vai além da memorização; é uma oportunidade de abrir a mente para novas culturas e ideias. Espero que essas dicas ajudem você a iniciar ou continuar sua jornada no inglês.
Agora, quero saber de você: qual a maior dificuldade ou curiosidade que você tem ao aprender inglês? Envie e-mail para online@aea.edu! Estou ansioso para ler suas respostas e, quem sabe, abordar algumas questões em futuros posts.
Até breve!
Fonte: CNN Brasil