A Argentina declarou nesta quarta-feira (5) que deixará a Organização Mundial da Saúde (OMS), acompanhando a decisão dos Estados Unidos. O porta-voz Manuel Adorni explicou que a saída ocorre devido a discordâncias em relação à gestão sanitária da instituição.
Nos Estados Unidos, o governo de Donald Trump justificou a saída alegando falhas na condução da pandemia de Covid-19 e outras crises, além de questionar o valor das contribuições financeiras exigidas do país.
O desligamento, no entanto, não será imediato. Os Estados Unidos já formalizaram sua intenção por meio de uma carta enviada à ONU, e a saída oficial ocorrerá em 22 de janeiro de 2026. No caso da Argentina, o governo de Javier Milei ainda precisa comunicar oficialmente sua decisão às Nações Unidas.
Se a saída de ambos os países se concretizar, apenas Liechtenstein permanecerá como único país-membro da ONU que não faz parte da OMS.
A OMS, fundada em 1948, conta com mais de 8 mil funcionários e desempenha um papel essencial na resposta global a emergências de saúde. A organização atua na prevenção e no combate a doenças infecciosas, como gripe e HIV, e também em enfermidades crônicas, como câncer e problemas cardiovasculares.
A possível retirada dos Estados Unidos levanta preocupações sobre o financiamento da entidade, visto que o país contribui anualmente com mais de US$ 500 milhões. A própria OMS já propôs uma redução orçamentária de US$ 400 milhões diante desse cenário. Esse tema será discutido na reunião da organização em Genebra, entre os dias 3 e 11 de fevereiro, quando os membros avaliarão o planejamento financeiro para o biênio 2026-2027.
Especialistas alertam que a saída dos EUA pode impactar diretamente a pesquisa científica na área da saúde, uma vez que o país é um dos líderes globais nesse setor.