O governo brasileiro revisou suas projeções econômicas para 2025, reduzindo a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% para 2,3%. Essa alteração reflete o impacto do aperto monetário em curso e as incertezas fiscais que pairam sobre o país. Além disso, a previsão de inflação foi elevada de 3,6% para 4,8%, influenciada pela depreciação cambial e pela inércia inflacionária. Apesar dessas revisões, o governo mantém uma perspectiva mais otimista em comparação ao mercado financeiro, que projeta um crescimento de 2,03% e inflação de 5,58% para o mesmo período.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que, embora haja preocupações sobre uma possível desaceleração econômica, a instituição não pode agir de forma preventiva sem evidências concretas dessa desaceleração. Galípolo enfatizou que as políticas monetárias devem ser baseadas em dados reais e não em volatilidades de curto prazo.
No cenário internacional, o Banco Mundial projeta um crescimento de 2,2% para a economia brasileira em 2025, ligeiramente abaixo das estimativas do governo. Para 2024, a instituição estima um crescimento de 3,2%, indicando uma desaceleração no ritmo de expansão econômica do país.
Especialistas apontam que, além das políticas monetárias restritivas, fatores como a dívida pública elevada e as incertezas fiscais contribuem para um ambiente econômico desafiador. O Brasil caminha para registrar o segundo maior déficit nominal do mundo em 2025, com projeção de saldo negativo de 8,6% do PIB, segundo relatório do BTG Pactual.