Ministro da Fazenda seria o elo da empresa com governo
Enquanto a decisão sobre o comando da Petrobras não sai, investidores e acionistas especulam qual seria a melhor composição para assumir a gestão da estatal.
Para superar a tensão política em torno da companhia, a formação ideal, segundo fontes ouvidas pela CNN, é ter Aloizio Mercadante na presidência do Conselho Administrativo, Jean Paul Prates mantido na cadeira de CEO, e Fernando Haddad assumir a interlocução da petroleira com o governo.
Quem não está na equação desejada pelos investidores é o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Ele é apontado como o pivô da crise que derrubou os papéis da Petrobras e expôs a briga política pelo poder de comandar os bilhões de reais em investimentos da estatal.
Silveira tem liderado os ataques a Jean Paul Prates e contaria com apoio de Rui Costa, ministro chefe da Casa Civil.
A trinca apontada por executivos formaria uma blindagem maior à atuação de Prates e, indiretamente, ao presidente Lula.
O nome de Aloizio Mercadante surgiu como mais cotado a assumir a presidência da estatal. Ele teria que deixar o comando do BNDES, onde está feliz e quer ficar, como disse a interlocutores.
A novidade desta sexta-feira (5) foi a possibilidade de o petista assumir a presidência do Conselho de Administração da Petrobras, hoje formado por maioria de nomes aliados a Alexandre Silveira.
Fernando Haddad está sendo pressionado a entrar no conflito e assumir o papel de interlocução entre a Petrobras e a presidência da República.
O ministro da Fazenda tem resistido ao chamado. Aqui, quem sairia do quadro seria Rui Costa, da Casa Civil.
Desde o início do governo Haddad não se envolveu em nada ligado à petrolífera porque o espaço foi ocupado por Silveira e Costa. O ideal para um grupo relevante de investidores, é trocar as duplas no organograma político da estatal.
Segundo pessoas próximas à diretoria da Petrobras, desde o início do governo que Silveira quer impor a nomeação de indicados por ele nos quadros da companhia, direcionar decisões estratégicas e atuar junto ao presidente Lula para enfraquecer a gestão de Prates.
Nos últimos dias, os ataques foram públicos e diretos, o que provocou a reação do CEO e a onda de especulações sobre sua saída e sua substituição.
Fonte: CNN Brasil