Decisão foi tomada após o governo burkineonse sofrer, na última sexta-feira (30), segundo golpe militar desde o começo do ano. O autodeclarado novo líder de Burkina Faso, Ibrahim Traore, é recebido por apoiadores segurando bandeiras russas ao chegar à televisão nacional em um veículo blindado em Ouagadougou, Burkina Faso, 2 de outubro de 2022
REUTERS/Vincent Bado
Neste domingo (2), o autodeclarado líder militar de Burkina Faso, capitão Ibrahim Traore, aceitou uma renúncia condicional oferecida pelo presidente Paul-Henri Damiba para evitar mais violência no país. A decisão foi tomada após o governo burkineonse sofrer, na última sexta-feira (30), o segundo golpe militar desde o começo do ano — o primeiro aconteceu em janeiro e foi realizado pela junta militar comandada por Damiba.
Segundo o acordo, anunciado em entrevista coletiva, Traore concordou com sete condições, incluindo a garantia da segurança de Damiba e a segurança dos soldados que o apoiavam, além do cumprimento das promessas feitas ao bloco regional da África Ocidental, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), de retornar ao regime constitucional até julho de 2024.
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Damiba não foi encontrado para comentar a situação. Um familiar próximo disse à Reuters que ele deixou o país no domingo.
Mais cedo, Traore disse que a ordem estava sendo restaurada após violentos protestos contra a embaixada francesa tomarem conta das ruas da capital Ouagadougou. Nos últimos dias, surgiram divisões dentro do exército, com muitos soldados parecendo buscar apoio da Rússia à medida que a influência da França, que colonizou o país, diminuía.
“Queremos informar à população que a situação está sob controle e a ordem está sendo restabelecida”, disse um oficial do exército em comunicado transmitido pela televisão nacional. “Convidamos você a continuar com suas atividades e abster-se de todos os atos de violência e vandalismo, principalmente contra a embaixada francesa e a base militar francesa.”
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