Julio Cezar Souza Humeniuk trabalhava como bartender em hotel e estava desaparecido desde a quinta (13); morte foi confirmada à família pela embaixada brasileira nesta terça (18). Brasileiro Julio Cezar encontrado morto em Dubai
Arquivo pessoal
O brasileiro Julio Cezar Souza Humeniuk, de 36 anos, foi encontrado morto em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A confirmação foi feita pela embaixada brasileira na capital, Abu Dhabi, nesta terça-feira (18).
Julio trabalhava como bartender no restaurante de um hotel de luxo daquele país e estava desaparecido desde a última quinta (13), quando avisou seus familiares no Brasil que estava de folga e iria a um shopping na região em que morava. Depois disso, ele não enviou mais mensagens nem retornou as ligações da família.
Os familiares afirmam que, além da confirmação do óbito, a embaixada não repassou nenhum detalhe sobre o caso. “No momento, ainda não temos detalhes do ocorrido, pois a polícia de Dubai ainda está investigando”, diz trecho do texto enviado por e-mail pela embaixada à mãe do bartender.
Filho único, ele mantinha contato diário com a mãe e outros parentes em São Paulo, e a mudança de comportamento fez com eles começassem buscas por seu paradeiro.
Desde quinta tentavam, sem sucesso, informações com o local de trabalho e amigos próximos do bartender. Na ocasião, conseguiram apenas confirmar que ele não tinha voltado para o alojamento e não tinha levado consigo nem o celular nem o passaporte, que estavam no quarto que dividia com um colega de trabalho.
Na segunda (17), um funcionário do hotel entrou em contato com a mãe de Julio para informar a morte. Ele disse não ter detalhes sobre a causa nem onde o corpo foi encontrado, mas afirmou que foi localizado numa praia na última sexta e que a polícia estava investigando a situação.
De acordo com Ely Tatiane Moreira Barboza, prima de Julio, a família estranhou muito quando ele deixou de responder as chamadas, pois nunca tinha feito isso. A distância e a dificuldade para se comunicar com pessoas no outro país, sem domínio da língua, aumentou a angústia da família, que até o momento obteve poucas informações e não sabe quando terá acesso ao corpo do brasileiro.
“A gente só quer ele de volta, quer trazer ele pra cá, mas está tudo muito difícil. A gente não sabe nada, não sabe onde ele foi encontrado, o que aconteceu, de que forma ele morreu. Estamos aguardando, e essa angústia só aumenta porque não sabemos a quem recorrer nem quando vamos conseguir trazer ele para o Brasil”, afirmou.
Vista dos arranhas-céu de Dubai
Foto: Divulgação Plaenge
Atrás do sonho
Segundo Ely, o primo foi para Dubai em busca de um sonho. Bacharel em direito, ele acabou migrando para a área de gastronomia e eventos. Como dominava o inglês e gostava muito de viajar, resolveu apostar num trabalho no exterior para conseguir conhecer novos lugares e juntar dinheiro para comprar um apartamento em São Paulo, cidade onde ele vivia com a mãe antes de embarcar para o país dos Emirados Árabes em janeiro deste ano.
“Ele estava muito feliz, fazendo o que gostava, conhecendo outros lugares. Não dá para acreditar no que aconteceu, que tudo isso foi interrompido”, disse a prima.
Para ela, o principal questionamento da família neste momento é conseguir saber efetivamente o que aconteceu com ele, se houve algum crime e em que praia ele foi encontrado. “O Julio sabia nadar bem e trabalhou em navios, tinha um treinamento específico, não dá para acreditar que ele tenha morrido acidentalmente. A gente precisa de mais informações, saber onde ele foi encontrado, que praia era esta e em quais condições ele estava.”
A prima do bartender conta que sua tia está inconformada. “A mãe dele está arrasada, inconformada com a situação, não acredita no que aconteceu. Era seu filho único.”
A TV Globo entrou em contato com a embaixada e o Itamaraty, mas, até a última atualização desta reportagem, não recebeu retorno.
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