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Inflação da Copa: com preços mais altos, ambulantes veem vendas minguarem em relação a 2018

Inflação da Copa: com preços mais altos, ambulantes veem vendas minguarem em relação a 2018


Vendedores torcem pelo sucesso da seleção brasileira no Catar para melhorar faturamento ao longo da competição. Movimentação da Ladeira Porto Geral, no Centro de São Paulo, em dia de estreia da seleção.
André Catto/g1
Sobrou até para as vuvuzelas: a inflação não deixou de fora os itens da Copa, e faz ‘minguarem’ as vendas dos ambulantes este ano.
Na quinta-feira (24), dia de estreia da seleção brasileira na Copa do Catar, a reportagem do g1 foi até a Rua 25 de Março, principal concentração de comércio de rua de São Paulo, para entender a percepção desses vendedores.
“Está parado para todo mundo. Está muito ruim. E aumentaram muito as coisas. Na Copa passada, a gente comprava camisa da seleção por R$ 30 ou R$ 40 e revendia a R$ 60 ou R$ 70. Agora, a gente compra por R$ 60 ou R$ 80 e revende a R$ 100, R$ 120″, afirma Leandro Batista, dono de uma barraca na principal via de comércio popular de São Paulo.
Neste ano, os preços das vuvuzelas, que começaram a fazer sucesso na Copa de 2010, vão de R$ 5, nos modelos mais simples, a R$ 130, no caso das mais potentes. Já as réplicas das camisetas da seleção podem ser encontradas na região entre R$ 35 e R$ 180.
Vendedor apresenta modelos de vuvuzelas na 25 de Março, em São Paulo
André Catto/g1
Além de produtos mais caros, os ambulantes entendem a situação financeira das famílias como um dos motivos para a queda no faturamento. Na esquina da 25 de Março com a Ladeira Porto Geral, o ambulante Reginaldo Alves de Araújo diz ter sentido isso no faturamento.
“Em 2018 estava melhor. Naquela Copa, eu vendia em torno de R$ 10 mil por dia. Agora, fica em torno de R$ 7 mil”, afirma.
Ambulante Reginaldo vende itens na esquina da 25 de Março com a Ladeira Porto Geral, em São Paulo.
André Catto/g1
Para Reginaldo, a véspera da estreia da seleção brasileira na Copa foi o melhor dia de vendas nesta edição. A expectativa é que o comércio melhore conforme a seleção avance na competição. “Até na chuva o pessoal estava comprando. Se o Brasil ganhar, vai ser daí para mais”, acredita.
Adilson Montanino foi à 25 de Março comprar camisas da seleção e vuvuzelas.
André Catto/g1
“Vim aqui comprar camiseta. Comprei duas camisetas e vou levar três vuvuzelas”, diz Adilson Montanino. “Na Copa passada, tinha mais variedade. Não sei se é devido a política, a desemprego, mas está difícil. Antigamente, estava tudo enfeitado. Acabou a alegria”, continua.
Camisa da seleção
Além da alta no preço, as vendas da camisa da seleção brasileira sentem os efeitos os continua sendo símbolo da polarização política do país, ressalta o ambulante Felipe Rodrigues.
“As camisetas amarelas estão saindo pouco por questão de política. Saem mais a azul e a preta com amarelo e verde”, diz. “As vuvuzelas e a touca do Catar estão vendendo bem.”
Ambulante Felipe Rodrigues mostra modelo de camisa mais vendido.
André Catto/g1
Para Reginaldo, as vendas das camisetas melhoraram após o pleito deste ano.
“Antes da eleição, ninguém queria a amarela, por causa do Bolsonaro. Depois, entrou um pouco mais no clima”, afirma.
Clientes pesquisam itens da Copa na Ladeira Porto Geral, em São Paulo.
André Catto/g1
O garçom Hector Caetano deixou as compras para a última hora. Ele fez o movimento contrário: não comprou nada na última Copa, mas diz ter um motivo para estar mais animado na edição deste ano. “Acho que estou ficando mais maduro e gostando mais do espírito brasileiro no futebol”, diz.
O garçom Hector Caetano deixou as compras para a última hora.
André Catto/g1
Para ele, que foi procurar vuvuzela e camiseta da seleção, a questão política está superada.
“Acho que o Brasil é verde e amarelo. Mesmo com a política, agora está no espírito de Copa”, conclui.

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