Tela Noticias

Polêmica reforma judicial de Netanyahu supera primeira etapa no Parlamento de Israel

Polêmica reforma judicial de Netanyahu supera primeira etapa no Parlamento de Israel


Projeto foi aprovado na primeira das três votações necessárias. Medida propõe limitar poderes do Judiciário e tem provocado manifestações sem precedentes na história de Israel. Manifestantes protestam em “dia da resistência” em Tel Aviv, Israel, em 9 de março de 2023.
Ronen Zvulun/REUTERS
O Parlamento de Israel aprovou em primeira votação nesta terça-feira (14) uma lei que limita as capacidades do Supremo Tribunal, um elemento crucial da polêmica reforma judicial defendida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que provocou semanas de protestos no país.
O texto foi aprovado na Kneset (Parlamento) por 61 votos a favor e 52 contrários. O projeto ainda precisa ser aprovado em segunda e terceira votações para virar lei.
Se for adotado, o projeto permitirá aos parlamentares anular decisões do Supremo Tribunal com uma maioria simples de 61 dos 120 integrantes da Câmara.
A medida também dificultará que o principal tribunal do país anule leis que considere contrárias às Leis Básicas, o equivalente a uma Constituição em Israel, ao exigir o apoio de 12 dos 15 juízes.
Antes de aprovar o texto, os deputados também adotaram em primeira votação uma lei que limita as possibilidades de processo de destituição contra o primeiro-ministro.
O governo de Netanyahu alega que as reformas são necessárias para limitar a interferência judicial, mas milhares de manifestantes protestaram nas ruas porque acreditam que o projeto ameaça a democracia liberal de Israel, ao enfraquecer o sistema de freios e contrapesos.
O país registra dez semanas de protestos. Ativistas organizaram uma manifestação nesta terça-feira diante das sedes dos ministérios em Jerusalém, o que impediu a entrada por alguns minutos dos funcionários.
“Parem a corrida para uma ditadura messiânica e comecem a trabalhar pela democracia”, gritaram os manifestantes antes da detenção de 10 pessoas pela polícia.
LEIA MAIS:
SANDRA COHEN: Netanyahu direciona Israel para uma tempestade perfeita
REVOLTA GERAL: Pilotos de caça de Israel se negam a treinar em protesto crescente contra governo
Caos constitucional
O governo de Netanyahu, em coalizão com partidos ultraortodoxos e de extrema-direita, apresentou o projeto de reforma judicial em janeiro.
Os críticos afirmam que o pacote limita o poder da Justiça diante dos políticos e protege Netanyahu, que enfrenta várias acusações de corrupção. Netanyahu e seu ministro da Justiça argumentam que as mudanças são necessárias para restabelecer o equilíbrio de poder entre os políticos eleitos e os juízes não eleitos do poderoso Supremo Tribunal.
As reformas também dariam à coalizão de governo mais poderes para designar juízes.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, que tem um papel em grande parte protocolar, tentou atuar como mediador em um diálogo sobre o projeto, que divide profundamente a política e a sociedade do país.
Herzog advertiu na segunda-feira que a “crise constitucional e social” prejudica o país e pode ter “consequências diplomáticas, econômicas, sociais e de segurança”.
O líder da oposição, Yair Lapid, um ex-primeiro-ministro centrista, se nega a participar em um diálogo até que a coalizão governista suspenda seus esforços para transformar a reforma em lei.
Um grupo de acadêmicos pretende apresentar ao Parlamento uma versão de consenso das reformas para “evitar o caos constitucional”.

administrator

Related Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *