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B3 informa exclusão da Gol de todos os seus índices

B3 informa exclusão da Gol de todos os seus índices

Empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos na última quinta-feira (25)

A bolsa de valores do Brasil, B3, informou nesta segunda-feira (29) que irá excluir as ações da Gol (GOLL4) de todos os seus índices.

A decisão ocorre após a empresa apresentar um pedido de recuperação judicial à justiça dos Estados Unidos na última quinta-feira (25). O processo foi acatado pelo Tribunal de Falências de Nova York no dia seguinte.

Segundo a B3, a Gol terá seus títulos excluídos dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão desta terça-feira (30).

A participação será redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores.

Nesta segunda (29), os papéis da companhia aérea despencaram 33,6%, e encerraram o dia cotados a R$ 3,93.

A B3 também informou que as ações da Gol continuarão sendo negociadas normalmente, mas passará a ser listada sob o título de “Outras Condições”, a partir do pregão de terça-feira.

De acordo com os termos do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3, se um ativo pertencente ao índice passar a ser negociado em situação especial (recuperação judicial ou extrajudicial, ou qualquer outra hipótese definida pela B3), ele será retirado do índice ao final do primeiro dia de negociação nessa condição.

A CNN entrou em contato com a Gol, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações da empresa.

Entenda o pedido
Em fato relevante ao mercado, a aérea informou na segunda-feira (29) que encerrou dezembro com endividamento de R$ 20,17 bilhões. A empresa ainda afirmou que os ativos não auditados, no final de dezembro, somavam R$ 16,83 bilhões, e o patrimônio líquido estava negativo em R$ 23,35 bilhões.

A Gol e as suas subsidiárias fizeram o pedido baseado no chapter 11. Nos Estados Unidos, esse processo de recuperação judicial permite que as empresas continuem suas operações enquanto tentam reestruturar suas contas e fortalecer seu capital.

Com a aprovação da justiça norte-americana, a companhia aérea terá acesso ao crédito de US$ 950 milhões obtido pela Abra, o grupo controlador da Gol e da Avianca.

Uma série de motivos pode ter levado a companhia a optar pelo processo nos EUA, mas a advogada e especialista em direito empresarial, Giulia Panhóca, destaca a estrutura do mercado norte-americano.

Para a especialista, o cenário nos EUA é mais maduro, o que naturalmente tende a tornar o procedimento mais célere em comparação aos trâmites no Brasil. A escolha pela jurisdição internacional também passa pelo maior acesso de crédito para empresas em crise.

“É provável o fato de que os principais credores da companhia sejam americanos — fabricantes de aeronave e financiadores, por exemplo — levam a crer que a que a escolha da jurisdição americana foi motivada por uma combinação de fatores”, explica.

Além da segurança jurídica, o advogado Fernando Canutto destaca a maior simplicidade do processo como uma preferência pelos EUA.

“A petição inicial, na verdade, um formulário nos Estados Unidos, é um documento de 18 folhas. Essa simplicidade permite que ela [Gol] busque recursos de uma maneira mais clara, porque a certeza de deferimento é muito maior do que teria no Brasil”, afirma Canutto.

De acordo com a aérea, o financiamento “fornecerá liquidez substancial para apoiar as operações, que seguem normalmente, durante o processo de reestruturação financeira”.

Com o suporte, a Gol reforça que os voos e seus programas de fidelidade serão operados normalmente.

Fonte: CNN Brasil

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