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Milhares protestam na Colômbia contra Gustavo Petro, presidente de esquerda que assumiu há 50 dias

Milhares protestam na Colômbia contra Gustavo Petro, presidente de esquerda que assumiu há 50 dias


Presidente propôs uma reforma agrária e aumentar impostos para ricos. Parte da sociedade colombiana foi às ruas e pediu ‘Fora, Petro’, presidente que assumiu há menos de dois meses. Protestos contra o presidente Gustavo Petro em 26 de setembro de 2022
Joaquín Sarmiento/ AFP
Milhares de pessoas marcharam nesta segunda-feira (26) nas ruas das principais cidades da Colômbia contra as medidas propostas pelo presidente esquerdista Gustavo Petro, como o aumento dos impostos para os ricos e a reforma agrária.
Em Bogotá, os manifestantes se mobilizaram pelas ruas do centro e se concentraram na Praça de Bolívar, ao lado da sede presidencial, aos gritos de “Fora Petro!”.
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“Petro prometeu uma mudança de política geral, mas se cercou de políticos corruptos. Isso é enganar”, disse Orlando Novoa, de 60 anos, proprietário de uma construtora com cerca de 30 funcionários.
Em Medellín, uma equipe do canal estatal Telemedellín foi agredida por manifestantes e precisou abandonar a cobertura, denunciou a ONG Fundação para a Liberdade de Imprensa.
Gustavo Petro toma posse como presidente da Colômbia
Primeiro presidente de esquerda
Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia ao conquistar pouco mais da metade do eleitorado com propostas de reformas, como aumentar os impostos sobre os ricos, frear a exploração de petróleo e fazer uma reforma agrária para distribuir terras férteis entre os camponeses sem terra.
Para colocar em prática estas iniciativas, Petro formou uma coalizão legislativa majoritária com o apoio de vários partidos tradicionais.
O Congresso debate atualmente um projeto de reforma tributária apresentado pelo governo que pretende cobrar mais impostos das classes altas para financiar seus programas sociais contra a pobreza e a desigualdade.
Defensores de Petro trocam insultos com opositores
Na capital, dezenas de jovens que se mobilizaram em defesa do presidente trocaram insultos e empurrões com seus opositores, obrigando funcionários da prefeitura a intervir.
As manifestações percorreram as ruas de Medellín, Cali , Bucaramanga e outras capitais estaduais.
Respeito à propriedade privada
A chegada de Petro ao poder estimulou indígenas e camponeses a ocupar à força dezenas de propriedades. Petro criticou as invasões, mas mesmo assim, em Cali, centenas de pessoas vestidas de branco levaram às ruas cartazes que diziam “Respeito à propriedade privada” e “Petro incentiva o crime em vez da produção”.
Petro foi membro do M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana, durante 12 anos. Em 1990, o M-19 assinou um acordo de paz e se tornou um partido político.
Os manifestantes contrários a Petro também reclamam do passado de Petro: “É uma desonra ter um presidente guerrilheiro. Fico indignada”, disse Manuela Hernández, de 62 anos, dona de uma empresa de roupas de banho em Bogotá.
Protestos durante governos no passado
O presidente anterior, Iván Duque, enfrentou grandes protestos em 2019, 2020 e 2021, liderados por jovens.
O mais sangrento ocorreu no ano passado, quando Duque tentou taxar a classe média para lidar com os estragos da pandemia, que provocou manifestações violentas que duraram dois meses e deixaram 46 mortos, entre civis e policiais, segundo a ONU.
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