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Os encantos de uma Camaçari cultural – a história de Mestra Joseane

Os encantos de uma Camaçari cultural – a história de Mestra Joseane

Neste mês de setembro, quando se comemora o aniversário de 264 anos de emancipação política de Camaçari, todos os encantos da cidade se manifestam nas rodas de samba de raiz e capoeira, das cheganças e dos cortejos das baianas de acarajé, e da musicalidade das fanfarras e bandas marciais, que exaltam a história, a arte e a cultura do povo desta terra.

Os sentimentos, que transbordam no coração dos nativos camaçarienses, é de amor, orgulho e admiração por esta cidade, cuja origem data de quase meio século. Como é o caso de Joseane Batista, a Mestra Joseane, líder do Samba Chula Filhos de Oyó, que durante uma visita ao Horto Florestal Linaldo da Silva, orgulhosamente se declarou, “filha de Camaçari, nascida e criada no bairro Natal”.

Aos 49 anos, a mestra de cultura popular, que também é produtora musical e empreendedora de culinária afro-brasileira, atua no sentido de multiplicar a cultura do acarajé e do samba chula. Tendo viajado para alguns estados brasileiros, como Goiás, Brasília e Tocantins, declarou que, “nossa cultura é supervalorizada lá fora. As pessoas ficam tão encantadas, que tocam nas nossas roupas para saber se somos reais. As despedidas são sempre com muita emoção e gratidão”, comentou, lembrando que já tem viagem internacional agendada para o próximo ano.

Com base em suas vivências, em relação às manifestações culturais de outros lugares por onde já passou, a Mestra explicou que a tradição cultural de cada povo tem suas particularidades, que a distingue das demais; e sobre o que vive, vê e sente em Camaçari, exaltou os fazedores de cultura do município, declarando que, “nós temos uma energia e carisma, um molejo e tempero, que são só nossos”.

Ainda sobre os mestres que ensinam a cultura popular em Camaçari, a ativista cultural declarou serem “o que há de mais belo em nossa cultura”. Em tempo, ela falou das dificuldades que mulheres e homens da cultura enfrentam, e prestou homenagens dizendo, “com todo meu coração, parabenizo a todos que fazem tanto pela cultura desta terra. Não é fácil, mas todos trabalham com muito amor e carinho, e merecem reconhecimento. Este é meu salve, e um parabéns especial”.

Mestra Joseane se dedica a promover e fortalecer a atividade artístico-cultural de Camaçari. São 25 anos trabalhando na área com o objetivo de “manter viva a nossa cultura para as gerações futuras”. Ela, que tem dois netos, de 2 e 4 anos, disse que desde cedo as crianças da família são incluídas no cenário cultural. “Minha netinha é nossa sambadeira mirim, e meu netinho já toca triângulo com meu filho, que é violeiro. Tenho muita gratidão a Deus, às divindades e aos nossos ancestrais, por me permitir viver estes momentos, e deixar um legado para meus filhos, e os filhos dos meus filhos. Isto é manter a cultura viva.”

Sobre a participação da administração pública quanto ao incentivo das atividades culturais, Mestra Joseane afirmou que “o governo apoia a cultura no município, e isto é muito bom”. Contemplando a arquitetura, infraestrutura e paisagens naturais do horto municipal, pontuou, “este espaço é maravilhoso, e eu acredito que cultura de raiz e turismo podem se encontrar aqui. As pessoas podem conhecer mais de perto nossos patrimônios imateriais neste ambiente, que é tão convidativo”.

Falando sobre sonhos e desejos dedicados a Camaçari para os próximos 264 anos, a Mestra Joseane fez um pedido para as mães e pais desta cidade, dizendo, “transmitam para seus filhos o valor e a importância das nossas tradições, e incentive-os a fazerem a cultura acontecer no presente e futuro”. Para a gestão de hoje e dos anos que se sucederão, solicitou, “sempre pensem na cultura como uma grande riqueza, porque é produzida com o que há de mais valioso nesta cidade, o povo camaçariense”.

Este é o segundo texto de uma série com quatro matérias especiais em comemoração aos 264 anos da emancipação política de Camaçari. Elas retratam a história do seu povo, formado por aqueles que nasceram e os que chegaram, que com amor e dedicação transformou o município em um dos maiores do estado.

Foto: Tiago Pacheco
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