As ações da Petrobras (PETR4) negociam neste mês abril sob forte pressão, acumulando queda de mais de 15% no mês e caminhando para o pior desempenho mensal desde setembro de 2022. O movimento reflete o aumento das incertezas no cenário político e corporativo. A mudança na política de distribuição, somada ao receio de maior intervenção governamental, levou a uma reprecificação do papel, que saiu do patamar dos R$ 38,00 para a casa dos R$ 30,00 em poucas semanas.
Apesar do tombo expressivo, parte dos analistas segue otimista com o papel no médio e longo prazo. A avaliação é de que os fundamentos operacionais da estatal permanecem sólidos, com geração de caixa consistente, endividamento controlado e múltiplos descontados em relação a outras petroleiras globais. Para esses especialistas, a recente correção pode ter sido exagerada, abrindo espaço para uma possível recuperação, especialmente se houver maior clareza sobre os rumos da governança e do comprometimento com a remuneração aos acionistas.
Com os papéis ainda voláteis e o mercado em busca de sinais mais concretos, a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2025, marcada para o dia 12 de maio, ganha ainda mais importância. O resultado poderá ser determinante para calibrar as expectativas dos investidores e influenciar diretamente o comportamento técnico das ações, que testam zonas críticas de suporte após semanas consecutivas de queda.
Análise técnica da Petrobras
No gráfico diário, o movimento de queda se intensificou nas últimas semanas, com abertura de gaps e rompimento decisivo das médias móveis de 9, 21 e 200 períodos — outro alerta para a manutenção da pressão vendedora. O IFR diário recuou para 33,05, se aproximando da região de sobrevenda, o que pode abrir espaço para repiques pontuais.
Para manter a tendência de baixa no curto prazo, o papel precisa romper os suportes imediatos em R$ 30,00 e R$ 29,00. Abaixo dessas faixas, os próximos alvos estão em R$ 28,20, R$ 27,15 e, em um cenário mais prolongado, R$ 26,55 e R$ 25,00.
Em caso de alívio e entrada de fluxo comprador, as resistências a serem superadas estão em R$ 31,20 e R$ 31,80. Passando dessas regiões, o papel enfrentaria as médias de 21 e 200 períodos como próximos obstáculos, respectivamente em R$ 33,40 e R$ 34,40. Acima dessas faixas, PETR4 pode buscar fôlego para testar novamente R$ 36,80 e R$ 37,74.
Por ora, sigo acompanhando de perto o comportamento do ativo nas zonas de suporte, que serão decisivas para definir se o movimento de baixa continua ou se o papel encontrará força para reação.
FONTE: INFOMONEY