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Aluna equilibra estudos e trabalho em 6º ano de cursinho para seguir sonho de ser médica: ‘Só não passa quem desiste’

Aluna equilibra estudos e trabalho em 6º ano de cursinho para seguir sonho de ser médica: ‘Só não passa quem desiste’


Camila Puntel mora em Florianópolis e tem empresa de comida caseira com a mãe. ‘Quando a gente estiver trabalhando com algo que a gente ama, tudo vai valer a pena’, diz. Estudante fala sobre rotina de trabalho e estudos para Enem e vestibular
O sonho de cursar medicina na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) impulsiona a rotina da estudante Camila Puntel, de 23 anos. Ela vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo (13) para ter mais uma chance de entrar na instituição. Mas, para isso, precisa equilibrar os estudos com o trabalho no sexto ano de cursinho.
“Tenho apoio em casa. Tenho orgulho da minha mãe ter feito ensino superior. Ela disse que, enquanto eu estiver estudando, daria todo o suporte. É o que a gente vem fazendo”, conta Camila.
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Para ter a própria renda, ela tem com a mãe uma empresa de culinária caseira. “Formei-me em 2016. Desde então venho fazendo cursinho. Desde o meu primeiro ano [de cursinho], sempre trabalhei, ajudei nas rendas da casa, dividindo a atenção com os estudos”, relata.
Quando a pandemia da Covid-19 veio, em 2020, o trabalho na empresa com a mãe precisou ser intensificado. Mas ela conta que tem ajuda.
Camila Puntel estudando em casa
Camila Puntel/Arquivo pessoal
“Nesses últimos três anos, foi muito difícil conseguir conciliar. Mas tenho apoio nos cursinhos, fazem uma rotina mais flexível, para mim, deram suporte. Eu consigo conciliar o que eu quero”, diz.
Rotina de trabalho e estudo
Nos primeiros três anos de cursinho, antes da pandemia, ela conta que pegava mais leve. “Trabalhava em coisas que demandavam menos, vendia doce, só para ter meu próprio dinheiro. Nos últimos três anos, virou coisa séria. Saí da casa da minha mãe, tenho minhas próprias contas e agora [o trabalho] demanda mais tempo e mais energia”, relata.
Ela tenta como pode a conciliação com os estudos. “Por sorte, como a empresa tem pedidos por encomenda, consigo organizar os estudos”, conta.
Estudante Camila Puntel durante entrega de produtos da empresa para a qual trabalha
Camila Puntel/Arquivo pessoal
Camila faz um relato de como é o dia a dia. “De manhã, estudo bastante em casa. À tarde, assisto à aula. À noite, geralmente estudo pouco tempo, fico cansada do restante da rotina. Quando preciso trabalhar, abro mão de algum desses tempos de estudos. Geralmente no final da semana, quando deveria descansar, preciso trabalhar, repor estoque”.
Segundo ela, a demanda na empresa começa a apertar no final da semana.
“Conciliar na minha situação, e de muitos, não é muito por opção, é por necessidade. Claro que queria priorizar o estudo, mas na quinta e sexta acaba sendo o trabalho”.
Para equilibrar a situação, ela tem uma estratégia nos estudos.
“Tenho foco sim, principalmente nas matérias que tenho mais dificuldade, ou naquelas que as pessoas que fazem medicina vão se destacar. Eu faço aula específica, que vai além, para ser mais aprofundado, em matemática, física e redação. E em química e biologia, para dar destaque ainda maior, geralmente alunos que fazem medicina vão bem [nessas matérias]”, resume.
Este é o curso mais concorrido da UFSC. Neste ano, tem 76.79 inscritos por vaga no campus de Florianópolis.
“Ao longo do tempo, em seis anos de cursinho você passa por muitas situações. Chega perto de passar, fica por um ponto, dois pontos, fica nesse nervosismo. É o que nos motiva a continuar ainda mais. Estou perto e não posso perder o que já conquistei até aqui”, afirma Camila.
“Na UFSC, está ficando a quatro, cinco pontos para a minha redação ser corrigida”, diz. “No Enem, nos últimos dois anos, tinha nota para passar em outros estados, mas como eu quero a UFSC, aqui não era suficiente”, completa.
Não desistir
Com tanto tempo de estudos, Camila relata o que a motiva a continuar perseguindo o sonho.
“O caminho é assim mesmo. É difícil, é conturbado, a gente vai passar por esse tipo de situação. Mas, quando a gente estiver trabalhando com algo que a gente ama, tudo vai valer a pena. Depois que a gente já estiver atendendo há 40 anos, os anos de cursinho vão ser tão poucos. Não desista! A gente sente um luto pela desaprovação, mas só não passa quem desiste”.
Para o futuro, ela já se imagina em um campo da profissão. “Quero me especializar em cirurgia ou neuro. Mas não sei, dizem que muda muito ao longo do curso”, conta.
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