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As eleições nos EUA são, novamente, sobre Biden e Trump

As eleições nos EUA são, novamente, sobre Biden e Trump


Presidente e antecessor disputam influência no controle do Congresso em pleito que definirá também o futuro político de cada um. O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, durante ato de campanha para as eleições de meio mandato no país, em 7 de novembro de 2022.
Marco Bello/ Reuters
Embora seus nomes não constem das cédulas eleitorais, as eleições de meio de mandato desta terça-feira (7) nos Estados Unidos servirão para balizar a influência de Joe Biden e Donald Trump sobre o eleitorado americano e o futuro de ambos na vida política americana. Dois anos depois de terem se enfrentado nas urnas, este pleito ainda diz muito sobre a disputa entre eles.
Para o atual presidente, o resultado equivale a um referendo sobre o seu governo: o rechaço dos eleitores aos democratas na Câmara e no Senado faria dele um pato manco, sem força política e refém do Congresso.
Para o seu antecessor, as urnas serão um aferidor sobre o poder do trumpismo e da extrema direita no Partido Republicano, e deverão levá-lo a lançar sua candidatura para as presidenciais de 2024 assim que sair o resultado.
Os candidatos apoiados pelo ex-presidente repetem as insanidades sobre fraude eleitoral em 2020. Se Trump, aos 76 anos, decidir mesmo concorrer, será difícil para qualquer correligionário enfrentá-lo nas primárias do partido. A popularidade do ex-presidente entre os republicanos está em torno de 64%, apesar das numerosas investigações que enfrenta.
Biden condena contestação de resultado de eleições
Biden, que completa 80 anos no próximo dia 20, não descarta a campanha para a reeleição, a despeito da resistência dos democratas. O fato é que, se concretizarem a intenção de disputar as presidenciais, ambos seriam imediatamente alçados ao posto de favoritos nas primárias de seus partidos: Biden pela condição automática de reeleição de um presidente no cargo, e Trump pela liderança que exerce no Partido Republicano.
O atual mandatário está em desvantagem. Tudo indica que o Partido Democrata perderá o controle da Câmara para os republicanos e corre sério risco de ficar em minoria no Senado. Mas mais do que ter um Congresso adversário que inviabilizaria sua agenda de governo, é enfrentar o escopo político dos republicanos que assumirão as duas casas, sob a liderança de Trump.
Biden insiste que os riscos à democracia estão à frente dos problemas econômicos, como alta da inflação e subida da taxa de juros, e de sua impopularidade. E avisa que estas eleições serão um teste democrático para o país.
O presidente alertou que um Congresso de maioria republicana tentaria um impeachment contra ele. “Já me disseram que se eles reconquistarem a Câmara e o Senado, eles vão me acusar. Não sei por que diabos farão isso, mas vão me acusar”, considerou o presidente, num discurso na semana passada em San Diego.
Grupo de negacionistas armados que reivindicavam vitória de Donald Trump em 2020, quando ex-presidente perdeu eleições para democrata Joe Biden
Ted S. Warren/ AP
Trump não engole as duas tentativas democratas de destituí-lo do cargo durante o seu mandato, tampouco as audiências da Comissão da Câmara que apura o seu envolvimento na invasão do Capitólio.
Sob sua influência, os republicanos poderiam dar o troco em Biden, com investigações sobre a família do presidente e seus negócios, sobretudo os que dizem respeito ao filho Hunter.
Na batalha pelo voto, Biden e Trump estão no centro da campanha e trocam ataques diretos: o primeiro pela defesa da democracia e das instituições, o segundo pelo retorno ao poder, abusando de táticas de desinformação. Ambos têm muito em jogo no pleito desta terça-feira.

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