A funcionária do BID com quem ele teria tido uma relação era uma subordinada direta e recebeu um aumento salarial de 45% em menos de um ano. Mauricio Claver-Carone em janeiro de 2020
Juan Karita/AP
O Conselho de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o grupo que toma as principais decisões da instituição, decidiu por voto demitir o presidente do banco, Mauricio Claver-Carone, nesta segunda-feira (26), de acordo com a agência de notícias Reuters. Claver-Carone teve um relacionamento íntimo com uma subordinada, segundo uma investigação independente.
A funcionária do BID com quem ele teria tido uma relação era uma subordinada direta e recebeu um aumento salarial de 45% em menos de um ano.
Na quinta-feira o conselho de administração do BID já havia aprovado uma recomendação para a demissão de Claver-Carone.
O escritório jurídico Davis Polk, que investigou a denúncia do relacionamento de Claver-Carone com uma funcionária, disse aos diretores que encontrou evidência que corroboram as alegações de um denunciante de que Claver-Carone se envolveu em um relacionamento íntimo com a subordinada e se envolveu em má conduta que viola as regras do banco.
Claver-Carone negou as evidências diretas de que teve um relacionamento que ele não revelou ao conselho do banco.
Autoridades dos EUA ficaram particularmente preocupadas com o comportamento de Claver-Carone durante a investigação, incluindo sua recusa em disponibilizar seu telefone de trabalho e outros registros emitidos pelo BID, disse uma fonte familiarizada com o assunto.
Os dirigentes americanos consideram que Claver-Carone divulgou algumas informações confidenciais para manchar a investigação e tentar influenciar a opinião pública, e que isso acabou com a relação de confiança.
Veja abaixo um vídeo sobre a nomeação dele, em setembro de 2020.
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EUA apoiam a demissão de Claver-Carone
Oficialmente, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos se recusa a confirmar como os EUA votaram, mas disse que o país, o maior acionista do banco com 30% de suas ações com direito a voto, apoiaram a demissão de Claver-Carone do cargo e querem ver uma resolução rápida da questão.
O porta-voz afirma que Claver-Carone se recusou a cooperar totalmente com a investigação e criou um clima de medo de retaliação entre funcionários, o que exige uma mudança de liderança, .
Claver-Carone, em um comunicado em resposta ao Tesouro, disse: “É vergonhoso que os EUA tenham comentado à imprensa antes de me notificar e que não estejam defendendo dois americanos contra o que é informação claramente fabricada”.
Os três maiores acionistas do banco (Estados Unidos, Argentina e Brasil) detêm juntos quase 53% do poder de voto. Claver-Carone assumiu o cargo em outubro de 2020.
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