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BC da Inglaterra eleva taxa de juro de referência em 0,75 ponto, para 3% ao ano, maior aumento desde 1989

BC da Inglaterra eleva taxa de juro de referência em 0,75 ponto, para 3% ao ano, maior aumento desde 1989


Instituição luta para evitar um avanço na inflação, impulsionado pela alta dos preços da energia. Reino Unido
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O Banco da Inglaterra elevou nesta quinta-feira (3) sua principal taxa de juros em 0,75 ponto percentual, o maior aumento desde 1989, para 3%. A instituição luta para evitar um avanço na inflação, impulsionado pela alta dos preços da energia, mesmo com a economia do Reino Unido entrando em uma recessão esperada.
O banco central elevou a taxa básica de juros de 2,25% para 3%, o nível mais alto desde novembro de 2008. O sentimento é de que os custos de empréstimos mais altos afetarão uma economia já fraca, com os consumidores se preparando para um período difícil de queda da renda real e aumento dos preços, destaca o Valor Online.
Apesar do oitavo aumento consecutivo da taxa de juros, o Comitê de Política Monetária do BoE sinalizou que não espera continuar elevando os custos de empréstimos tanto quanto os investidores antecipam para domar a inflação. O mercado precifica um juro de 5,25% em 2023.
“As últimas projeções do comitê descrevem uma perspectiva muito desafiadora para a economia do Reino Unido”, disse o BoE em comunicado. “Espera-se que esteja em recessão por um período prolongado.”
Inflação deve atingir máxima de 40 anos
O Banco da Inglaterra prevê que a inflação atingirá uma máxima de 40 anos de cerca de 11% durante o trimestre atual, mas que a Reino Unido já entrou em uma recessão que pode durar dois anos – mais do que durante a crise financeira de 2008-09.
A decisão desta quinta-feira – a maior em 33 anos com exceção de uma tentativa fracassada de sustentar a libra em 1992 – ficou em linha com as expectativas dos economistas em uma pesquisa da Reuters, mas não foi unânime.
Dois membros do Comitê de Política Monetária, Silvana Tenreyro e Swati Dhingra, votaram por aumentos menores de um 0,25 e 0,5 ponto percentual, respectivamente, já que a economia provavelmente já estava em recessão.
Mas a maioria disse que os juros teriam que subir ainda mais, embora provavelmente não tanto quanto os 5,2% que foram precificados nos mercados financeiros quando o Banco da Inglaterra finalizou suas previsões.
“Podem ser necessários novos aumentos nos juros para um retorno sustentável da inflação à meta, embora a um pico inferior ao precificado nos mercados financeiros”, disse o Banco da Inglaterra em uma orientação excepcionalmente específica.
Pouco antes da decisão desta quinta-feira, os mercados esperavam que os juros chegassem a um pico de cerca de 4,75%.
“O Comitê continua a julgar que, se as perspectivas sugerem pressões inflacionárias mais persistentes, ele responderá com força, conforme necessário”, acrescentou.
Os bancos centrais em todo o mundo ocidental estão respondendo a desafios semelhantes. A inflação disparou no último ano devido à escassez residual de mão de obra e aos gargalos na cadeia de suprimentos desde a pandemia de Covid e – no caso da Europa – um grande aumento nas contas de energia desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro.
O Banco da Inglaterra estima que a economia britânica entrou em recessão no terceiro trimestre de 2022 e que ela vai durar até meados de 2024, fazendo com que a economia se encolha 2,9%.

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