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Bolsonaro faz discurso de abertura da 77ª Assembleia Geral da ONU em Nova York nesta terça

Bolsonaro faz discurso de abertura da 77ª Assembleia Geral da ONU em Nova York nesta terça


Desde 1955, por tradição, chefe da delegação do Brasil é o primeiro a discursar no debate geral da assembleia. Agenda ainda prevê reuniões bilaterais com Polônia e Equador e volta ao Brasil nesta terça. Bolsonaro em discurso na Assembleia Geral da ONU em 2021
JN
O presidente Jair Bolsonaro discursa nesta terça-feira (20) na abertura do debate-geral da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Por tradição, o Brasil é o primeiro país a discursar na sessão de debates desde 1955 (veja detalhes abaixo).
Esse será o quarto discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. Em 2020, o evento foi virtual em razão da pandemia e o presidente enviou um vídeo gravado. Nas ocasiões anteriores, os discursos foram marcados pela defesa da soberania brasileira na Amazônia e por desinformação sobre a Covid.
Ao todo, líderes mundiais de 193 países devem se reunir na Assembleia Geral, incluindo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que foi autorizado pelo plenário a participar remotamente em razão da invasão do país pela Rússia.
Assembleia-Geral da ONU e a expectativa pelo discurso do presidente da Ucrânia
Além de fazer o discurso de abertura, segundo o Ministério das Relações Exteriores, Bolsonaro deve se reunir com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e com os presidentes da Polônia, Andrzej Duda, e do Equador, Guilhermo Lasso – ambos, de direita e conservadores.
Bolsonaro viajou de Londres para Nova York na tarde desta segunda (19) – o presidente e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, estavam na capital do Reino Unido para o funeral da rainha Elizabeth II. A comitiva presidencial deve embarcar de volta para Brasília ainda nesta terça, ao fim das agendas oficiais.
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O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, deve permanecer em solo norte-americano e, segundo o Itamaraty, terá “encontros com homólogos de vários países e de eventos multilaterais de grupamentos dos quais o Brasil é parte”.
Ainda de acordo com o Itamaraty, a delegação brasileira participará de reuniões sobre “temas como desenvolvimento sustentável, educação, minorias étnicas, eliminação de armas nucleares, operações de paz, reforma do Conselho de Segurança, conflito na Ucrânia e mediação”.
O tema da 77ª Assembleia Geral da ONU é “Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados”. A chamada “semana de alto nível” do evento – quando participam chefes de Estado, ministros e secretários – se estende até a próxima segunda (26).
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Brasil é primeiro a discursar
Desde a 10º Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1955, o Brasil é o primeiro país a discursar no debate geral. Antes, em 1947, o diplomata brasileiro Osvaldo Aranha já tinha sido o primeiro orador na 2ª Assembleia Geral, que foi presidida por ele.
A tradição só não foi seguida em 1983 e 1984, quando o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, foi o primeiro a usar o microfone.
Em geral, os EUA falam em seguida ao Brasil, na posição de “país-sede” da Assembleia-Geral da ONU. A ordem dos demais países segue outros critérios, incluindo o nível hierárquico de quem fará o discurso (chefe de Estado, ministro ou embaixador).
Antes de Bolsonaro, devem usar o microfone nesta terça dois representantes da própria ONU: o secretário-geral da organização, António Guterres; e o presidente da 77ª Assembleia, o diplomata húngaro Csaba Kőrösi.
Bolsonaro, em anos anteriores
Em 2019, no primeiro ano de governo, Bolsonaro usou a tribuna da Assembleia Geral para defender a soberania brasileira sobre a Amazônia e dizer que o país não faria novas demarcações de terras para indígenas.
Naquele momento, ainda antes da pandemia, o Brasil figurava no noticiário internacional graças ao aumento do desmatamento e das queimadas e ao desmonte progressivo da legislação ambiental.
Discurso de 2019: leia íntegra
Em 2020, primeiro ano da pandemia, Bolsonaro participou do evento a distância e disse que o Brasil era “vítima” de uma campanha “brutal” de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.
O presidente também disse que a imprensa no Brasil tinha “politizado” o vírus e que as medidas de isolamento – que foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal e adotadas por governos locais, à revelia do governo federal – “quase” levaram o país ao “caos social’.
Discurso de 2020: leia íntegra
Já em 2021, último discurso até aqui, Bolsonaro distorceu dados sobre o meio ambiente e a economia brasileira e defendeu, no plenário da ONU, o uso de medicamentos sabidamente ineficazes contra a Covid em protocolos de “tratamento precoce”.
Bolsonaro também se posicionou contra restrições adotadas à época, por diversos países, contra pessoas que se recusavam a tomar a vacina.
Discurso de 2021: leia íntegra
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