Especialista afirmou ainda que a cúpula do G7 vem utilizando o encontro como meio de “visibilidade” para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky
Embaixador e Conselheiro Emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Marcos Azambuja disse em entrevista à CNN neste sábado (20) que o Brasil não está “neutro” em relação à guerra da Ucrânia, mas “fiel a seus interesses”.
“O Brasil condenou a invasão no Conselho de Segurança e na Assembleia-Geral [da ONU], o Brasil lamentou que a expansão da Otan em direção à Ucrânia tenha levado a essa crise. O Brasil quer ser um dos países decisivos à procura da paz. O Brasil não está neutro, está sendo fiel a seus interesses”, disse.
O especialista afirmou ainda que a cúpula do G7 — que se reúne neste final de semena e tem o presidente Lula (PT) como convidado —, vem utilizando o encontro como meio de “visibilidade” para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“O G7 resolveu transformar em um momento de triúnfo ou de visibilidade intensa para o presidente Zelensky. E eles tem o absoluto direito de fazer isso, são os países que municiam e apoiam a Ucrânia. Eles estão criando uma oportunidade para o Zelensky ter acesso a líderes que talvez não o visse ou recebesse”, disse.
Sobre as relações internacionais do governo Lula, Azambuja disse ainda ser “favorável” à intensa agenda de viagens que o presidente vem executando, mas destacou que a gestão deve se ater para não estabelecer uma “presidência itinerante”.
“É uma questão de dose, de o Brasil voltar a ser o grande ator que naturalmente é, sem que isso passe a ser uma atividade que se explique em si mesmo”, completou.
Fonte: CNN Brasil