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Brasil tem “possibilidade de reestruturação” com juiz de garantias, diz Moraes

Brasil tem “possibilidade de reestruturação” com juiz de garantias, diz Moraes

Medida define que um juiz somente atuará na fase de instrução do processo e se houver recebimento da denúncia, outro magistrado assume o caso

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o Brasil tem a possibilidade de reestruturação do Ministério Público e do Poder Judiciário a partir da instituição do juiz de garantias.

A fala aconteceu nesta sexta-feira (24) durante a cerimônia de posse do novo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

“Nós temos hoje, o nós é o Poder Judiciário e o Ministério Público, a possibilidade de revolucionar o combate à criminalidade. Nós temos que aproveitar a instalação do juízo de garantias para reestruturar o Ministério Público, para reestruturar o Poder Judiciário, para regionalizar o combate à criminalidade organizada”, afirmou Moraes.

“O crime grave, o crime organizado não é municipal, é intermunicipal, ele é interestadual, ele é internacional. E nós temos agora no Brasil essa possibilidade de reestruturação. E sei que o Ministério Público do Estado de São Paulo nas mãos de vossa excelência está em boas mãos para essa reestruturação, junto com o presidente do Tribunal de Justiça”, prosseguiu.

Em agosto de 2023, o STF decidiu que a instituição do juiz de garantias é constitucional. A regra é obrigatória, mas cabe a cada estado e ao Distrito Federal definir o uso em suas esferas.

O que é o juiz de garantias
O juiz de garantias foi criado no pelo pacote anticrime, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2019.

A partir da medida, fica definido que um magistrado atuará somente na fase de instrução do processo e será responsável por fiscalizar a legalidade da investigação criminal, autorizando medidas como prisões, quebras de sigilo e mandados de busca e apreensão. Tem a função de garantir os direitos individuais dos investigados.

Se houver o recebimento da denúncia – quando os investigados passam à condição de réu – o caso fica a cargo de outro juiz, que atuará no julgamento propriamente dito.

A partir de sua aprovação, foi dado o prazo de 1 ano, prorrogável por igual período, para que leis e regulamentos dos tribunais sejam alterados para permitir a implementação do modelo a partir de diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A cerimônia
Na cerimônia, Moraes parabenizou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela escolha do novo procurador-geral e pela visão institucional que ele teve, considerando o trabalho que foi desenvolvido por mais de três décadas por Costa.

Ainda segundo o magistrado, o MP não precisa trazer os vícios de fora para dentro, com o discurso de ódio, com o novo procurador-geral sendo uma pessoa que se diferencia disso e trabalha pela unidade.

“As ofensas entre colegas que se conhecem há 20, 30, 40 anos e por causa de uma eleição começam a ofender. E, que ofendem mesmo depois do final da eleição, que ofendem de forma abjeta, baixa, postam fake news, discurso de ódio para os demais colegas”, citou o ministro.

“O Dr. Paulo Sergio não, ele agrega, trabalha em conjunto, trabalha em equipe; Vai trabalhar, tenho absoluta certeza, junto com o Poder Judiciário, com o Poder Legislativo, com as polícias, junto com o governo do estado, sem que isso signifique abrir um milímetro da independência funcional”, finalizou.

Costa assume como procurador-geral no lugar de Mário Sarrubbo, que foi para a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.

Durante a cerimônia, estudantes da USP fizeram protestos contra Tarcísio pela privatização da Sabesp e a aprovação das escolas cívico-militares no estado.

Fonte: CNN Brasil

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