As investigações indicaram que Eleanor Williams, de 22 anos, causou em si mesma ferimentos usando um martelo e postou as imagens nas redes sociais alegando ter sido vítima de agressões. Imagem de câmera de segurança mostra Eleanor fazendo compras no período em que, segundo seu relato, ela teria sido sequestrada.
Cumbria Police/ PA Wire via BBC
Uma mulher britânica que alegou falsamente ter sido estuprada por vários homens e traficada por uma gangue asiática foi condenada a oito anos e meio de prisão.
Em julgamento finalizado nesta terça-feira (14), foi concluído que Eleanor Williams, 22 anos, causou em si mesma ferimentos usando um martelo e postou as imagens nas redes sociais alegando ter sido vítima de agressões.
Williams foi considerada culpada por adulterar os trâmites da justiça.
Ela já havia sido declarada culpada em janeiro, mas, no mês passado, anunciou que iria apelar contra uma testemunha.
Durantes as audiências, foi relatado que três homens acusados por Williams tentaram tirar suas próprias vidas depois de se tornarem alvos e sofrerem “o inferno na terra”.
Um deles, Jordan Trengove, passou 73 dias na prisão. Ele dividiu cela com um agressor sexual condenado.
Trengove e Williams estavam saindo à noite em março de 2019, quando ela foi levada para casa por estar embriagada. Mais tarde, Williams alegou que Trengove a estuprou naquela noite. Segundo a defesa do homem, após as acusações, sua casa foi pichada com a palavra “estuprador”.
No julgamento, concluiu-se que Eleanor Williams causou em si mesma ferimentos usando um martelo.
Reprodução via BBC
O empresário Mohammed Ramzan, para quem Williams alegou ter trabalhado, foi acusado de prepará-la desde os 12 anos para se prostituir em bordéis em Amsterdã. Ele disse ter recebido “inúmeras ameaças de morte” nas redes sociais.
Williams disse à polícia ter sido levada por Ramzan à cidade litorânea de Blackpool para forçadamente fazer sexo com vários homens em endereços diferentes.
Nas investigações, a polícia descobriu que ela havia viajado para a cidade litorânea sozinha e se hospedado em um hotel, onde ficou assistindo a vídeos no YouTube — saindo apenas para comprar macarrão instantâneo em uma loja próxima.
Enquanto isso, Oliver Gardner disse que um encontro casual com Williams o levou a ser acusado de ser um estuprador que a traficou e a vendeu para dois homens asiáticos.
Por conta das acusações, ele foi internado segundo leis relativas à saúde mental.
O juiz Robert Altham afirmou que Eleanor Williams passou por dificuldades desde a infância e tinha um histórico de automutilação.
No entanto, ele disse que as acusações da jovem eram muito graves e afirmou ser preocupante que ela não tenha demonstrado “nenhum sinal significativo de remorso” e “nenhuma explicação de por que cometeu esses crimes”.
Falsamente acusado, Jordan Trengove (centro) ficou 73 dias preso.
PA Media via BBC
Descrevendo as alegações como “total ficção”, o juiz disse: “A menos, e até que a ré decida dizer por que contou essas mentiras, não saberemos.”
“Ela fez de tudo para criar acusações falsas, incluindo causar ferimentos significativos a si mesma”.
As acusações criaram um “estado de tensão elevada” na cidade natal da jovem, Barrow, por cerca de quatro meses. A polícia descreveu a turbulência como algo não visto na cidade há décadas.
Depois que Williams postou fotos machucada, em maio de 2020, houve caravanas de manifestantes vindas de cidades próximas e protestos realizados em frente à delegacia.
‘Período sombrio’
Antes de o juiz Altham anunciar a sentença, a defesa leu uma carta de Eleanor Williams na qual ela disse que sabia que havia “feito coisas erradas em parte” e que “lamentava” isso, mas acrescentou que não aceitava ser culpada.
Williams disse que estava “devastada” com o “problema causado” por sua postagem no Facebook e acrescentou: “Se eu soubesse quais consequências viriam da postagem, nunca a teria escrito”.
“Tudo o que aconteceu na comunidade não foi instigado por mim”, disse a carta da ré.
Trengove disse a repórteres que, para ele, a sentença não foi longa o suficiente. Enquanto isso, Ramzan disse que não sentiu “nenhuma sensação de triunfo, apenas tristeza”.
“Não tenho certeza de como minha família e eu vamos nos recuperar disso. Esse tipo de coisa gruda e temo que demore algum tempo.”
Matthew Pearman, da polícia do condado de Cumbria, disse que as alegações de Williams “não poderiam ter sido levadas mais a sério quando apresentadas”.
“Este foi um caso longo, complexo e trágico, bem como um período sombrio para Barrow”, disse ele.
“Espero que a história completa, agora de conhecimento público, demonstre que a polícia leva a os abusos sexuais e físicos extremamente a sério e investigará as acusações minuciosamente.”
“Peço a qualquer pessoa que tenha sido vítima de abuso sexual ou físico que denuncie hoje. Você será ouvido e apoiado.”
- Moradores de Camaçari Enfrentam Descaso no CRAS: Documentos Jogados e Falta de Atendimento
- Caetano denuncia compra de votos
- Debate para Prefeitura de Camaçari tem perguntas sobre corrupção, geração de emprego e segurança pública
- Camaçari pode ter segundo turno pela primeira vez; veja quem são os candidatos à prefeitura
- Seis são investigados por suspeita de receber R$ 16,5 milhões em propina para conceder licenças ambientais do Inema na Bahia
- Anúncio do pacote de gastos pode ser feito na segunda-feira, diz Haddad
- Veja o histórico da relação comercial entre Brasil e China, iniciada há 50 anos
- Governo fecha acordo com “Starlink da China” e busca concorrência no setor
- G20: Cúpula de líderes inicia nesta segunda (18); veja o que esperar
- Guerras, super-ricos e a sombra de Trump: o que emperra o acordo no G20 no Brasil
- Bolsonaro e o plano de golpe: o que se sabe sobre o indiciamento pela PF
- Fim de pensão para familiares de militares expulsos evita benefícios a eventuais condenados por trama golpista
- Bolsonaro estava pescando em Alagoas quando soube da operação da PF, dizem aliados
- Deputada do PSOL pede a Moraes prisão preventiva de Bolsonaro
- Mudanças no Portal da Transparência vão facilitar rastreio de emendas, diz AGU