Campanha do candidato do PL à reeleição é criticada por explorar ferramenta de forma eleitoral. Sindicato de funcionários do Banco Central já repudiou prática. Presidente do BC, Roberto Campos Neto.
REUTERS/Ueslei Marcelino
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (29), que o PIX – ferramenta de transferência de recursos em tempo real – é um projeto da instituição financeira, que já era debatido antes de ele ser indicado por Jair Bolsonaro para presidir o órgão.
Campos Neto deu a declaração ao ser questionado sobre a exploração eleitoral do PIX pela campanha do presidente Jair Bolsonaro.
É #FAKE que Bolsonaro foi criador do PIX
“Quando eu cheguei no Banco Central, um dos temas era a agenda de inovação. Tinha um grupo de trabalho sobre pagamento instantâneo antes da minha chegada, que tinha concluído que tinha beneficio ter um programa de pagamentos instantâneo bem feito. Que isso geraria melhoria na intermediação financeira”, disse o presidente do BC.
Campos Neto acrescentou que, após assumir a instituição, entendeu que a implementação do sistema de transferências deveria ser uma prioridade da sua gestão e que acelerou o processo. Previsto para ter início em 2023, o PIX começou a funcionar no fim de 2020.
“O PIX se mostrou um sucesso, é uma conquista dos funcionários do BC. É só o começo. Tem muito mais coisa para aparecer, vai continuar existindo quando eu não estiver aqui. Não foi um projeto meu, é um projeto do Banco Central”, reiterou Campos Neto.
O Sindicato Nacional dos funcionários do Banco Central (Sinal) já se manifestou várias vezes contra o uso político do PIX pelo presidente Jair Bolsonaro.
“O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central vem a público repudiar mais uma vez o uso eleitoral do PIX por certos grupos políticos. Tal sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil – ou seja, por servidores concursados de Estado, não pelo atual governante ou por qualquer outro governo”, declarou a entidade em nota do dia 13 de setembro.
O Sindicato também observou que o início do projeto do PIX é “bem anterior” ao mandato do atual Presidente da República, citando uma portaria que instituiu o grupo de trabalho sobre o assunto em maio de 2018, ou seja, antes do início do governo Bolsonaro, em 2019.
Bancos não perdem dinheiro com PIX
No mês passado, Campos Neto desmentiu o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ao dizer que “não é verdade que os bancos perdem dinheiro com PIX”.
No fim de julho, Bolsonaro e Ciro Nogueira disseram que os banqueiros tiveram elevados prejuízos com o PIX e que estariam se vingando do Palácio do Planalto aderindo ao manifesto em defesa da democracia elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“É um sistema que, de novo, foi construído com todas as mãos que estão aqui, todo o sistema financeiro, os bancos ajudaram muito, botaram propaganda bonita, fizeram um marketing muito bom, acho que é um ganho que a gente tem pra sociedade, eu quero já dizer que não é verdade que os bancos perdem dinheiro com PIX”, disse Campos Neto na ocasião.
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