Ao apresentar plano de paz favorável à Rússia, bilionário que ajudou a Ucrânia a restabelecer comunicações interrompidas pela guerra, provoca cizânia e é elogiado pelo Kremlin. Elon Musk, empresário e milionário, em foto na fábrica da empresa Tesla na Alemanha
Patrick Pleul/Divulgação via AP/Arquivo
Em março passado, Elon Musk, o homem mais rico do mundo, se envolveu pessoalmente na guerra de Putin na Ucrânia, enviando ao país atacado 12 mil terminais de internet Starlink, de sua SpaceX, que agiram rapidamente para evitar o apagão cibernético. Em suas investidas, ele ainda desafiou Putin para um duelo e foi chamado de diabinho e fracote por aliados do presidente russo.
Incensado entre ucranianos como o provedor do acesso online, o CEO da Tesla e da Space X espalhou a cizânia no país devastado, nesta segunda-feira (3), arvorando-se no conturbado terreno geopolítico, justamente quando o Parlamento russo ratificava a anexação ilegal de quatro territórios ucranianos.
Musk apresentou o próprio plano de paz de quatro pontos para acabar com a guerra e submeteu-o a uma enquete entre seus mais de 100 milhões de seguidores no Twitter. Ele propôs refazer as eleições nestas regiões sob supervisão da ONU e vendeu a tese do Kremlin, assumindo a Crimeia como território russo. Pelo seu plano, a Ucrânia deve permanecer neutra, fornecer água à Crimeia — anexada em 2014 em moldes semelhantes — e comprometer-se a não aderir à OTAN.
Imagem de 3 de setembro mostra soldados ucranianos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
AP Photo/Kostiantyn Liberov
De salvador da pátria, o empresário bilionário converteu-se rapidamente em traidor dos ucranianos e aliado dos russos, desencadeando um tsunami virtual, que atraiu autoridades dos dois países. Entre eles, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que contra-atacou com outra enquete: “Qual Elon Musk você gosta mais? O que apoia a Ucrânia ou o que apoia a Rússia?”
A nova postura de Musk contradiz a atuação combativa em favor da Ucrânia, rompendo inclusive com o alinhamento com a Casa Branca e da maior parte da comunidade internacional, que não reconhece a anexação. Foi saudada entusiasticamente pelo Kremlin, que até agora sequer conseguiu estabelecer as divisas nas fronteiras de Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk, as quatro regiões anexadas em referendos encenados.
Praça Vermelha, em Moscou, teve evento com telões para transmitir a anexação ilegal de territórios ucranianos pela Rússia
Reuters
Do tamanho de mochilas, os milhares de terminais Starlink fornecidos no início da guerra por Musk ajudaram os ucranianos a restabelecer as comunicações, por meio do sistema por satélites da SpaceX. Frustraram o empenho da Rússia para isolar o país e foram usados por soldados ucranianos para se comunicar com o campo de batalha, quando os serviços de voz e internet estavam duramente atingidos por apagões de energia e bombardeios.
Musk aproveitou para testar o seu sistema na guerra de Putin e posteriormente vendê-lo a outros países. Alvo de fúria após apresentar seu controverso plano de paz, o CEO da Space X revelou ter desembolsado US$ 80 milhões para dar suporte ao Starlink na Ucrânia. “Obviamente somos a favor da Ucrânia. Nosso apoio para a Rússia é de US$ 0”, tuitou. Musk, porém, passou a ser louvado pelo Kremlin e alçado ao posto de pacificador.
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