Índice de Confiança da Construção caiu 5,3 pontos em novembro, para 95,6 pontos, a maior queda na margem desde abril de 2020 e o menor nível desde março de 2022. O Índice de Confiança da Construção (ICST) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) caiu 5,3 pontos em novembro, para 95,6 pontos, maior queda na margem desde abril de 2020 e o menor nível desde março de 2022 (92,9 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,9 ponto.
“Depois de sete meses, sinalizando um otimismo moderado, a percepção em relação aos negócios e a demanda para os próximos três meses sofreu um revés expressivo, que atingiu os três segmentos setoriais. Vale notar que não houve nenhuma alteração substancial em relação aos fatores limitativos aos negócios – as assinalações em demanda insuficiente até tiveram queda na comparação com outubro. Assim, mostra-se evidente que o choque de expectativas pode ser associado aos resultados das eleições. As incertezas em relação à política econômica do próximo governo provocaram um receio de piora no ambiente futuro dos negócios. Por outro lado, o indicador relativo à atividade corrente continua sinalizando melhora. Ou seja, o setor está crescendo, mas o futuro é incerto”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.
A queda do ICST, neste mês, foi resultado da piora na percepção dos empresários sobre momento atual e, principalmente das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 1,6 ponto, para 97,0 pontos, menor patamar desde agosto de 2022 (96,4 pontos). A queda do ISA-CST se deve a piora de seus dois componentes: o indicador que mede o volume de carteira de contratos, que caiu 1,7 ponto, para 98,8 pontos, e o indicador que mede a situação atual dos negócios, que recuou 1,4 ponto, para 95,2 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu pelo segundo mês consecutivo, 8,8 pontos, para 94,4 pontos, menor nível desde março (93,9 pontos) A queda do IE-CST foi influenciada pela piora das perspectivas sobre demanda cujo indicador recuou 7,4 pontos, para 95,4 pontos e pelo aumento do pessimismo em relação a tendência dos negócios nos próximos seis meses cujo indicador caiu 10,1 pontos, para 93,4 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção subiu 2,1 pontos percentuais (p.p), para 79,2%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos subiram 2,2 e 2,0 p.p, para 80,4% e 73,9%, respectivamente.
Em novembro de 2021, 31,2% dos empresários indicaram que a demanda insuficiente era uma limitação à melhoria dos negócios, contra 22,9% em novembro último. A redução indica que o ciclo de negócios evoluiu de forma favorável nestes últimos 12 meses. Em relação às perspectivas, a maior parcela dos empresários da construção (22,1%) aponta que a demanda continuará crescendo contra 13,7% que indicaram queda nos próximos meses. O saldo se mantém positivo, mas sofreu redução na comparação com novembro de 2021, quando 30,1% dos empresários afirmaram que a demanda iria crescer, enquanto 13,3% disseram que iria cair.
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