Acuado, presidente russo aciona a carta nuclear e precisará convencer a população de que o país está sob ameaça, para exigir sacrifícios para uma guerra que, desde o início, tratou como operação especial. ‘Isso não é um blefe’, diz Vladimir Putin durante pronunciamento
Em discurso à nação, Vladimir Putin dobrou sua aposta na Ucrânia, acionou a carta nuclear e avisou que não está blefando. Diante da Assembleia Geral da ONU, Joe Biden descreveu a Rússia como principal ameaça à paz global e alertou seu presidente a não seguir adiante: “Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada.”
As últimas ações do Kremlin foram analisadas como uma demonstração de fraqueza no encontro entre a premiê britânica, Liz Truss, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ou como desespero, nas palavras do chanceler alemão, Olaf Scholz. A dúvida é: até onde Putin pode chegar?
O presidente russo dá sinais de estar acuado, por atestar que sua operação especial na Ucrânia não saiu conforme o planejado. E, ao contrário do que possa parecer, este sintoma não é nem um pouco tranquilizador.
Sete meses depois da invasão, Putin anunciou a mobilização de 300 mil reservistas e referendos fictícios em quatro enclaves ocupados parcialmente pela Rússia no Sul e no Leste da Ucrânia – Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia – que justificariam a sua anexação.
Tratada como tabu, a guerra finalmente parece ter adentrado a casa dos russos e assume novo patamar com a convocação do contingente extra para reforçar as tropas. O anúncio descrito como “mobilização parcial” revelou-se suficiente para lotar os voos de saída da Rússia em direção aos países que ainda não exigem visto de entrada a seus cidadãos e as estradas fronteiriças com os países vizinhos.
Quem pôde, fugiu a tempo de não ser convocado. Os protestos antiguerra recrudesceram em várias cidades, assim como a repressão policial, com a prisão de centenas de pessoas.
O presidente russo entra em outra guerra, na frente doméstica, acossado pela fantasia que seu governo tentou impor à população desde fevereiro – a de que a sua tão propagada operação especial se tratava, na verdade, da invasão do território ucraniano.
Para o historiador Timothy Snyder, o discurso do presidente demonstra que ele está perdendo, pois fez algo que claramente não queria fazer. “Anunciar a mobilização mostra que ele teme seus rivais fascistas mais do que ele teme o público russo”, resumiu ele nas redes sociais
Mais do que nunca, Putin precisará convencer a população de que o país está ameaçado pelo Ocidente e que isso demandará sacrifícios, uma boa dose de patriotismo e motivação. Tropas russas que lutam na Ucrânia enfrentam baixas e deserções. Bater em retirada equivale a humilhação, o que, no dicionário de Putin, o torna ainda mais perigoso.
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