Ministro Alexandre de Moraes negou, pela terceira vez, pedido de liberação; PGR é favorável à soltura
A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres vai recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a liberdade de Torres. O ex-ministro e ex-secretário de segurança do Distrito Federal está preso preventivamente desde 14 de janeiro por suposta omissão nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
O plenário do STF é a última instância, quando há votos dos 11 ministros da Suprema Corte. A expectativa da defesa é que haja um consenso.
Na quinta-feira (20), o ministro Alexandre de Moraes negou, pela terceira vez, a revogação da prisão de Torres.
“Depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos que apontam fortes indícios da participação do requerente na elaboração de uma suposta “minuta golpista” e em uma “operação golpista” da Polícia Rodoviária Federal para tentar subverter a legítima participação popular no 2º Turno das eleições presidenciais de 2022; bem como em sua conduta omissiva quanto à permanência do acampamento dos manifestantes no SMU (Setor Militar Urbano) e o risco daí gerado”, destacou Moraes na decisão.
O ministro é relator dos inquéritos que investigam os atos do dia 8/1.
A defesa pediu, na semana passada, a revogação da prisão com medidas cautelares e alegou que o ex-ministro está num quadro de tristeza profunda, que perdeu 12kg e está colaborando. Torres também entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) senhas e acesso à nuvem de seus equipamentos eletrônicos.
Na segunda-feira (17), o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, condicionou a revogação da prisão ao cumprimento de medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica; proibição de Torres de se ausentar do Distrito Federal e de manter contato com os demais investigados, além da manutenção do afastamento do cargo de delegado de Polícia Federal. Mas Moraes não concordou.
Na próxima segunda-feira (24), Anderson Torres vai prestar depoimento à Polícia Federal sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal em estados do Nordeste no segundo turno das eleições do ano passado. A ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça admitiu em depoimento à PF que fez um mapa, a pedido de Torres, com as cidades onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL). Torres será escoltado até a sede da PF em Brasília.
Fonte: CNN Brasil