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Deputados querem que governo Lula classifique Hamas como “organização terrorista”

Deputados querem que governo Lula classifique Hamas como “organização terrorista”

Em comunicado sobre morte de brasileiros na guerra de Israel, Itamaraty não citou o grupo radical islâmico

Um grupo de 61 deputados federais deseja que o Ministério das Relações Exteriores classifique o grupo radical islâmico Hamas como “organização terrorista”. O objetivo é que a Câmara formalize um pedido para o Itamaraty.

No último sábado (7), a organização extremista atacou o território israelense.

“A declaração oficial do Hamas como organização terrorista é de extrema importância para que o governo brasileiro possa tomar medidas firmes contra a organização”, diz a indicação protocolada nesta quarta-feira (11) pelos parlamentares. O documento faz parte de um movimento de pressão da oposição.

A indicação tem o caráter de sugestão e não precisa ser votada pelo plenário da Casa. O documento é entregue à Mesa Diretora, que pode ou não dar encaminhamento para ele. Ainda que chegue ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o documento não provoca qualquer tipo de obrigação.

Oposição e situação
O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) lidera o pedido. A maioria dos signatários (42) é do PL e dois fizeram parte do governo de Jair Bolsonaro (PL) — Eduardo Pazuello (RJ) e Mário Frias (SP). Republicanos, Podemos, MDB, PSD, União Brasil, PP e Novo são as siglas dos demais signatários.

Dois brasileiros já foram identificados entre os mortos no conflito, e a nota divulgada pelo Itamaraty sobre o ocorrido não cita a organização radical. A oposição critica o governo pela falta de declarações mais enfáticas sobre os ataques terroristas feitos pelo Hamas.

Por outro lado, petistas consideram que o governo federal deveria adotar um tom mais crítico a Israel, conforme apurou a analista da CNN Clarissa Oliveira.

Em 2021, os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) assinaram um comunicado refutando o gesto do governo britânico de atribuir ao Movimento de Resistência Islâmico-Hamas a designação de “organização terrorista”.

Itamaraty diz que avaliação do Hamas será debatida na ONU
Também nesta quarta, o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário da África e do Oriente Médio, disse que a classificação do Hamas como “grupo terrorista” pelo Brasil será debatida no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Hoje, a entidade não usa essa nomenclatura no caso.

O embaixador disse que a posição do governo brasileiro foi “muito clara e muito forte” e que, por enquanto, não há data para a próxima reunião do Conselho. Segundo ele, outro embaixador, Sérgio França Danese, que é representante permanente do Brasil na ONU, está engajado em consultas para “obter consensos” entre os membros do colegiado.

Lula faz novo pronunciamento
Neste mês de outubro, o Brasil está presidindo o Conselho de Segurança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou nas redes sociais um pronunciamento, direcionado ao secretário-geral da ONU, pedindo a liberação das crianças feitas reféns pelo Hamas, o cessar-fogo na Faixa de Gaza e “intervenção humanitária internacional”.

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, agradeceu a Lula pelo posicionamento, que classificou como “equânime e adequado”.

Publicado por Leonardo Rodrigues, com informações de Clarissa Oliveira, Gabriela Prado e Tainá Farfan, da CNN, e do Estadão Conteúdo.

Fonte: CNN Brasil

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