Movimento acompanha perda da divisa nos mercados globais
O dólar opera em forte queda nesta quarta-feira (22) e se afasta do patamar de R$ 6 com mercados em todo o mundo acompanhando as medidas tarifárias apresentadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Por volta das 14h39, a divisa norte-americana operava com recuo de 1,71%, na faixa de R$ 5,93. Na mínima, a divisa bateu R$ 5,92.
O desempenho acompanha o movimento global, com dólar atingindo a mínima de duas semanas ante as principais moedas do mundo.
Na mesma hora, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia cerca de 0,11%, a 123,4 mil pontos.
Na terça-feira (21), o dólar à vista fechou em leve queda de 0,18%, a R$ 6,031.
O dólar se mantém majoritariamente acima de R$ 6 desde o fim de novembro do ano passado, com o recrudescimento do temor do mercado com as contas públicas do governo federal.
A última vez que a divisa encerrou abaixo da marca de R$ 6 foi em 11 de dezembro, a R$ 5,959.
Trump e tarifas
Mercados em todo o mundo acompanham os primeiros passos de Trump de volta à Casa Branca.
Na véspera, o republicano afirmou que seu governo está discutindo a imposição, a partir de fevereiro, de uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da China.
Além disso, ele citou barreiras para produtos da União Europeia, Canadá e México.
Mais cedo, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que objetivo de Trump de fomentar a manufatura no país por meio do aumento de barreiras comerciais é uma abordagem questionável, uma vez que a economia já está funcionando perto de sua capacidade.
Apesar de renovar suas ameaças tarifárias nos primeiros dias do cargo, Trump apenas orientou até agora as agências federais a investigarem os déficits comerciais dos EUA e as práticas comerciais injustas de parceiros.
“Essa abordagem do governo Trump, de primeiro ameaçar para depois estudar se realmente vai ser implantada alguma tarifa sobre as outras economias, tem levado a um movimento de enfraquecimento global do dólar”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
“Visto o que se antecipava, o receio era de que ele teria uma postura agressiva já no seu primeiro dia de mandato”, completou.
*Com informações da Reuters e CNN Internacional
Fonte: CNN Brasil