Desde junho, chuvas causam destruição e deixam mais de 1,3 milhão de desabrigados. Risco de inundações permanece alto até fim de novembro. Veículos são vistos em uma estrada inundada em Lokoja, Nigéria, outubro de 2022
REUTERS/Ayodeji Oluwagbemiga
Mais de 600 pessoas morreram e 1,3 milhão tiveram que fugir de suas casas devido às chuvas que desde junho causaram inundações na Nigéria, segundo um novo balanço oficial publicado na noite de domingo (16/10).
“Infelizmente, mais de 603 vidas foram perdidas até hoje, 16 de outubro”, disse a ministra de Assuntos Humanitários, Sadiya Umar Farouq. Ela acrescentou que o número de deslocados passa de 1,3 milhões e que as inundações destruíram ou danificaram severamente mais de 200 mil casas e 450 mil hectares de plantações.
Farouq alertou que a situação pode pior. “O risco de inundação nas regiões afetadas não diminuirá até o fim de novembro”, salientou.
A estação chuvosa geralmente começa em junho, mas este ano as inundações têm sido particularmente letais desde agosto, de acordo com a Agência Nacional de Gerenciamento de Emergências (Nema, na sigla em inglês).
Em 2012, inundações particularmente severas deixaram 363 mortos e 2,1 milhões de deslocados. A África Subsaariana é desproporcionalmente afetada pelas mudanças climáticas, e muitas de suas economias estão lutando com os efeitos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Na Nigéria, país mais populoso da África, com cerca de 215 milhões de habitantes, os produtores de arroz já alertaram que as inundações podem causar uma alta nos preços, já que as importações do cereal estão proibidas para privilegiar a indústria local.
De acordo com um relatório conjunto publicado em setembro pelo Programa Mundial de Alimentos (PAM) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Nigéria já está entre os seis países do mundo que enfrentam alto risco de atingir níveis catastróficos de fome.
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