Antes da sentença da Suprema Corte, uma organização que envia remédios abortivos recebia, diariamente, 83 pedidos em média; atualmente o número aumentou para 213, segundo o estudo. Mulheres fazem protesto após decisão da Suprema Corte dos EUA de não reconhecer o direito ao aborto
Michael A. McCoy/Reuters
Desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou o direito federal ao aborto, em junho de 2022, aumentaram consideravelmente as encomendas de pílulas abortivas do exterior por mulheres americanas, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (1º).
O trabalho, publicado na revista científica JAMA, analisou o número de solicitações no serviço de telemedicina Aid Access, que receita e envia comprimidos do exterior para 30 estados dos EUA onde há algum tipo de restrição ao aborto.
O serviço opera por fora do sistema americano de saúde —a ideia é justamente se esquivar de proibições ou dificuldades de acesso—, e permite que as mulheres abortem por conta própria em casa.
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Antes da sentença da Suprema Corte, a Aid Access recebia diariamente uma média de 83 pedidos, e atualmente o número aumentou para 213, segundo o estudo. Trata-se de um aumento de cerca de 160%.
O maior crescimento ocorreu nos estados de Louisiana, Mississípi, Arkansas, Alabama e Oklahoma, onde o aborto é proibido por completo.
O estudo, no entanto, não leva em conta outras formas de ter acesso a estas pílulas, como as lojas eletrônicas onde, sem apoio médico, podem ser obtidas por centenas de dólares.
A falta de acesso a uma clínica de aborto é um problema que atinge particularmente pessoas que não podem viajar, segundo os autores.
Nos cem dias que se seguiram à sentença da Suprema Corte, ao menos 66 clínicas deixaram de fazer abortos, segundo um relatório do Instituto Guttmacher, publicado no começo de outubro.
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