Secretário de Estado diz que EUA buscam impedir que armas de destruição em massa caiam “nas mãos erradas”
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu aos rebeldes que derrubaram o regime de Assad na Síria que “construíssem em direção a uma governança inclusiva”.
Blinken acrescentou que os EUA têm “interesses claros e duradouros na Síria”, como lutar contra o Estado Islâmico, impedir que armas de destruição em massa caiam “nas mãos erradas” e evitar “a exportação de terrorismo e extremismo” do país.
“A região e o mundo têm a responsabilidade de apoiar o povo sírio à medida que eles começam a reconstruir seu país e traçar uma nova direção”, disse Blinken na Conferência do 5º Aniversário da Corporação Financeira para o Desenvolvimento Internacional (DFC) dos EUA nesta segunda-feira (9).
“Os Estados Unidos devem estar comprometidos em apoiá-los enquanto fazem isso”, ele acrescentou.
Blinken disse que altos funcionários do Departamento de Estado “estão se espalhando pela região enquanto falamos” para trabalhar com parceiros regionais na crise, mas não afirmou se os EUA estão considerando contato com o principal grupo rebelde sírio Hayat Tahrir al-Sham (HTS), uma organização designada pelos EUA como terrorista.
“A medida real do comprometimento deles não é apenas o que eles dizem, mas o que eles fazem”, o Secretário de Estado afirmou.
Blinken também disse que os EUA continuam buscando informações sobre o jornalista americano Austin Tice, que foi sequestrado pelo regime de Assad há mais de uma década.
“Com cada parte que nos envolvemos, continuaremos buscando informações sobre Austin Tice, para que possamos encontrá-lo e trazê-lo para casa, para sua família e entes queridos”, ele afirmou.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco. O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia. O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Fonte: CNN Brasil