Operadora da rede disse que sofreram danos “sem precedentes” em um dia. Os gasodutos têm sido foco de uma guerra energética entre a Rússia e Europa. Tubos das instalações do gasoduto Nord Stream 1 em Lubmin, na Alemanha
REUTERS/Hannibal Hanschke
A Rússia disse nesta terça-feira (27) que não descarta sabotagem como uma das razões por trás dos danos à rede russa de gasodutos Nord Stream, desde que surgiram vazamentos inexplicáveis no Mar Báltico na segunda-feira.
Os gasodutos, projetados para levar gás da Península Yamal da Sibéria Ocidental diretamente à Alemanha, a maior economia da Europa, têm sido o foco de uma guerra energética entre a Rússia e seus clientes tradicionais europeus no meio do conflito com a Ucrânia.
A Nord Stream AG, operadora da rede, disse mais cedo nesta terça-feira que três linhas subaquáticas do sistema de gasodutos Nord Stream sofreram danos “sem precedentes” em um dia.
O Kremlin, disse Peskov, estava muito preocupado com a situação, que exigia uma investigação rápida, pois era uma questão que afetava a segurança energética de todo o “continente”.
“Esta é uma notícia muito preocupante. Na verdade, estamos falando de alguns danos de origem pouco clara para o gasoduto na zona econômica da Dinamarca”, disse Peskov.
Questionado se a sabotagem foi a razão dos danos, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: “Nenhuma opção pode ser descartada agora”.
Tubos das instalações do gasoduto Nord Stream 1 em Lubmin, na Alemanha
REUTERS/Hannibal Hanschke
Danos à Nord Stream
Os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 têm uma capacidade anual conjunta de 110 bilhões de metros cúbicos – mais da metade do volume de exportação de gás da Rússia.
A Autoridade Marítima da Suécia emitiu um aviso sobre dois vazamentos no gasoduto Nord Stream 1, logo após um vazamento no oleoduto Nord Stream 2 que levou a Dinamarca a restringir o transporte marítimo em um raio de 9 km.
A Nord Stream AG disse que era impossível estimar quando a capacidade de funcionamento do sistema de rede de gás seria restaurada.
Os fluxos via gasoduto, que trabalhavam com apenas 20% de sua capacidade desde julho, foram interrompidos no final de agosto para manutenção.
Cada linha do gasoduto consiste em cerca de 100.000 tubos de aço revestidos de concreto de 24 toneladas colocados a uma profundidade de até 110 metros no fundo do Mar Báltico. Os gasodutos têm um diâmetro interno constante de 1.153 metros, de acordo com a operadora da Nord Stream.
O Nord Stream 1 de 1.224 km de comprimento consiste em dois gasodutos paralelos com capacidade anual de 27,5 bilhões de metros cúbicos cada, indo de Vyborg, na Rússia, até o ponto de saída em Lubmin, na Alemanha. Essa linha começou a abastecer a Alemanha em 2011.
O Nord Stream 2, que funciona quase em paralelo ao Nord Stream 1, foi construído em setembro de 2021, mas nunca foi lançado, pois a Alemanha se recusou a certificá-lo. O projeto foi interrompido poucos dias antes de Moscou enviar suas tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Reportagem do início de setembro do Jornal Nacional fala sobre a não-reabertura do gasoduto após o fechamento para manutenção em agosto. Veja abaixo:
Ucrânia acusa Rússia de chantagem ao manter fechado principal gasoduto para Europa
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