Líder da extrema-direita enfrentará uma recessão iminente e o aumento no custo da energia. Sua coalizão partidária venceu as eleições gerais de 25 de setembro. A recém-nomeada primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, aguarda a cerimônia de posse no Palácio Presidencial de Quirinale, em Roma, na Itália, em 22 de outubro de 2022
REUTERS/Guglielmo Mangiapane
Giorgia Meloni foi empossada como a primeira mulher no cargo de primeira-ministra da Itália neste sábado (22) ao lado de sua equipe de gabinete, dando ao país o governo mais direitista desde a Segunda Guerra Mundial.
O partido de Meloni, chamado Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália, em tradução livre), venceu as eleições gerais de 25 de setembro como parte de uma coalizão que inclui os partidos dos ex-primeiros-ministros Silvio Berlusconi e Matteo Salvini, ambos de direita.
“Juro ser fiel à república”, disse Meloni antes de apertar as mãos do presidente Sergio Mattarella.
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, cumprimenta a nova primeira-ministra, Giorgia Meloni, na cerimônia de posse no Palácio Presidencial de Quirinale, em Roma, na Itália, em 22 de outubro de 2022
Paolo Giandotti/Presidência italiana via Reuters
A equipe de Meloni substituirá um governo de unidade nacional liderado pelo ex-chefe do Banco Central Europeu Mario Draghi.
Também será o 68º governo da Itália desde 1946 e enfrenta desafios assustadores, incluindo uma recessão iminente e o aumento das contas de energia, além de apresentar uma frente unida em sua resposta à guerra na Ucrânia.
Embora Meloni tenha prometido apoio à Ucrânia, Berlusconi a enfraqueceu repetidamente revelando apoio ao seu “amigo”, o presidente russo Vladimir Putin. (Leia mais abaixo)
Embora o processo de montagem de uma nova administração tenha sido rápido para os padrões italianos, expôs tensões na coalizão, com Berlusconi repetidamente aparecendo para tentar minar a autoridade de Meloni.
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Embates dentro da coalizão
Silvio Berlusconi, em uma nota pública na semana passada, escreveu que a achava “arrogante… dominadora… arrogante… ofensiva”.
O homem de 86 anos desencadeou uma nova tempestade política esta semana quando disse aos deputados do seu partido Forza Italia (Força Itália), parte da coalizão de Merloni, que culpava a Ucrânia pela guerra e disse ter trocado presentes e “cartas doces” com o presidente russo Vladimir Putin.
Meloni posteriormente emitiu uma declaração dizendo que seu governo seria firmemente pró-OTAN e pró-europeu:
“Quem não concorda com essa pedra angular não pode fazer parte do governo”, disse ela.
O braço direito de Berlusconi em Forza Italia, Antonio Tajani, deverá ser o próximo ministro das Relações Exteriores. Ele voou para Bruxelas na quinta-feira para conversações com aliados da UE e assegurou-lhes que seu partido condenou a invasão “inaceitável” da Ucrânia pela Rússia.
Espera-se que o posto crucial do Ministério da Economia vá para Giancarlo Giorgetti, vice-chefe do Lega (Liga), partido de Matteo Salvini, e ministro da indústria no governo de Draghi.
Meloni fará seu primeiro discurso no parlamento na próxima semana e precisa ganhar votos de confiança em ambas as câmaras antes que as formalidades estejam completas e ela possa começar a governar.
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