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Governo está acertando em medidas para regular mercado de bets, diz economista

Governo está acertando em medidas para regular mercado de bets, diz economista

Para Rafaela Vitória, do Inter, impactos no consumo devem ser mitigados com maior regularização

Mais de 2 mil sites de apostas irregulares começaram a ser desligados na sexta-feira (11) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Até o final de setembro, as casas de jogos que buscassem seguir em operação no país deveriam comunicar o Ministério da Fazenda sobre suas intenções. O aviso por si só, porém, não bastava: as marcas precisavam estar em conformidade com regularizações propostas pelo governo.

A postura adotada pelo Executivo, na avaliação da economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, é acertada a fim de regularizar esse mercado.

“Entendemos que o governo vem tomando algumas medidas de controle, principalmente da atividade irregular, e, no caso, essas medidas têm se mostrado adequadas”, pontua a economista.

Em relatório divulgado na sexta, o Inter apontava que o recuo de 0,3% observado no varejo, em agosto, poderia reacender o debate sobre o impacto das bets no comércio.

Vitória aponta que este é um debate importante, mas que este “não é um cenário que se vê hoje”, e que deve ser mitigado com a devida regularização do setor.

Bets liberadas
Na terça-feira (8), o Ministério da Fazenda atualizou a lista de marcas que estão liberadas para atuar no Brasil: ao todo, são 96 empresas com respectivamente 213 bets. Já em estados específicos, outras 18 empresas foram liberadas.

Ao atender a regulação, as bets só poderão realizar suas transações por meio de instituições financeiras ou de pagamentos autorizadas pelo Banco Central (BC).

A lei prevê que, após o pedido, o valor sacado pelo jogador deve ser depositado em duas horas, no máximo.

A regulação também determina uma política de prevenção à lavagem de dinheiro, que determina:

Que jogadores sejam identificados por documentos e sistema de reconhecimento facial com prova de vida;
O apostador deve cadastrar uma conta em seu nome, e a empresa de apostas fica proibida de receber ou depositar em outras contas que não sejam a cadastrada;
A proibição de depósitos ou pagamento com dinheiro em espécie ou boleto.
Além disso, a lei estabelece que as empresas sejam transparentes com os usuários e garantam segurança cibernética a eles. Por tanto, as bets devem:

Controlar e prevenir acessos não autorizados, inclusive por funcionários das empresas de apostas;
Proteger seus sistemas contra hackers;
Proteger a localização de servidores;
Realizar backup e alteração de dados;
Ter um plano e fornecimento de energia ininterrupta;
Definir um plano de continuidade de negócios.
As bets também devem ser vinculadas a reguladores nacionais ou internacionais.

A legislação ainda buscou reforçar penalidades contra o uso das plataformas por menores de 18 anos. Além disso, as apostas não podem ser realizadas envolvendo jogos com categorias de base.

O governo estabeleceu que as empresas devem avaliar a capacidade financeira dos apostadores para garantir que seus gastos não comprometam sua renda.

“O dado do Banco Central, sobre o volume de dinheiro movimentado com apostas, chamou atenção do mercado, então existe uma preocupação”, comenta Rafaela Vitória.

De acordo com o BC, beneficiários do Bolsa Família gastaram cerca de R$ 3 bilhões com bets no mês de agosto.

Na quinta-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que, se necessário, o governo tem condições para barrar qualquer tipo de pagamento utilizado pelos apostadores.

Fonte: CNN Brasil

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