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Governo propõe rescisão dos contratos das usinas do leilão emergencial de energia

Governo propõe rescisão dos contratos das usinas do leilão emergencial de energia

Foram contratadas 17 usinas ao custo de R$ 39 bilhões; a maioria não ficou pronta a tempo. Ministério de Minas e Energia abriu consulta pública nesta quinta-feira (27). O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu nesta quinta-feira (27) uma consulta pública para propor a rescisão dos contratos das usinas vencedoras de um leilão emergencial de energia realizado no ano passado pelo governo.
O leilão ocorreu em outubro de 2021, quando o país enfrentou uma crise energética devido à falta de chuvas. Foram contratadas 17 usinas, sendo 14 termelétricas a gás natural.
O objetivo era que as usinas vencedoras entrassem em funcionamento neste ano, garantindo a segurança energética do país, e fornecessem energia até 2025. Porém, a maioria das usinas não ficou pronta a tempo.
Além disso, como o leilão foi feito às pressas, o valor final da contratação – R$ 39 bilhões a serem pagos pelos consumidores de energia até 2025 – foi considerado elevado por especialistas na época.
Por exemplo, 14 usinas termelétricas a gás natural foram contratadas por R$ 1.599,57 o megawatt-hora (MWh), em média — preço sete vezes maior que a média de leilões tradicionais.
Como se trata ainda de uma proposta, a rescisão dos constratos ainda não está em vigor. A consulta pública vai até 28 de novembro.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a solução busca “reduzir custos com a geração de energia elétrica, respeitando as regras do PCS [o leilão emergencial] e preservando o fornecimento de energia elétrica”.
A pasta afirma que a rescisão dos contratos já vinha sendo solicitada por alguns geradores e por entidades de defesa do consumidor junto à Aneel e ao MME.
Neste ano, com os reservatórios de água dentro da normalidade, especialistas afirmaram que a contratação feita à época foi cara e desnecessária.
Consulta pública
Diante desse cenário, o Ministério de Minas e Energia propôs nesta quinta-feira autorizar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a rescindir, sem custos, os contratos das usinas que entraram em operação dentro do prazo limite definido nos contratos e que estão adimplentes com suas obrigações.
De acordo com a proposta, as usinas que concordarem com a rescisão amigável terão 30 dias, após a publicação da portaria, para apresentar à Aneel o termo de aceitação.
Já para as usinas que não entraram em operação dentro do prazo, a previsão é de rescisão contratos por inadimplência, com a consequente cobrança de multa.
Há um processo em tramitação no Tribunal de Contas da União (TCU) que trata sobre o tema e com a abertura da consulta pública o governo se antecipa à decisão do TCU.
Além disso, o ministro Benjamin Zymler, do TCU, tem apontado a necessidade da análise de alternativas para a redução dos custos do leilão emergencial, citando entre elas a rescisão contratual.
“A solução submetida à sociedade busca atender ao interesse público, na medida em que oportuniza a redução dos custos e das tarifas de energia elétrica, respeitando os contratos firmados e preservando a segurança jurídica e regulatória do processo licitatório”, diz o MME em nota.

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