By A Guiana, tradicionalmente um dos países mais pobres da América do Sul, experimenta uma rápida transformação econômica após a descoberta de vastas reservas de petróleo em seu território. Desde 2015, a ExxonMobil, em parceria com a Hess Corp e a chinesa CNOOC, identificou cerca de 11 bilhões de barris de petróleo na região do bloco Stabroek, a aproximadamente 200 km da costa guianense.
Este boom petrolífero catapultou a Guiana para a posição de economia de crescimento mais acelerado no mundo, com previsões apontando para um PIB per capita superior a US$ 20.000 até 2025. Entretanto, especialistas alertam para os potenciais riscos associados a essa abundância de recursos naturais, temendo que o país possa cair na chamada “maldição dos recursos”, onde a riqueza em petróleo leva a desigualdades sociais, corrupção e conflitos.
A crescente influência de potências estrangeiras, como os Estados Unidos e a China, também levanta questões sobre a soberania nacional e a gestão dos recursos. Investimentos chineses em infraestrutura, como hotéis, pontes e centros comerciais, além de atividades mineradoras na região amazônica, destacam a competição internacional pelo controle dos recursos guianenses.
Além disso, a disputa territorial com a Venezuela sobre a região da Guiana Essequiba adiciona uma camada extra de complexidade ao cenário. Incursões militares venezuelanas em áreas ricas em petróleo, como o campo offshore Stabroek, aumentam as tensões diplomáticas e militares na região.
Diante desse cenário, a Guiana enfrenta o desafio de equilibrar o desenvolvimento econômico proporcionado pelo petróleo com a necessidade de políticas públicas que garantam a distribuição justa da riqueza, a proteção ambiental e a manutenção da estabilidade social e política.
