Comissão criada em março avaliou as atividades russas desde o início da guerra. Membros do Inquérito da ONU sobre Ucrânia se unem em evento no dia 23 de setembro de 2022
Fabrice COFFRINI / AFP
A comissão de inquérito da ONU sobre a Ucrânia declarou nesta sexta-feira (23) que “crimes de guerra” foram cometidos no país desde a invasão russa em fevereiro, confirmando as suspeitas que existiam.
“Com base nas evidências coletadas pela Comissão, concluiu-se que crimes de guerra foram cometidos na Ucrânia”, disse o presidente desse órgão, Erik Mose, durante uma primeira apresentação oral perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, na qual listou os bombardeios russos de áreas civis, numerosas execuções, torturas e maus-tratos e violência sexual.
Essas acusações diretas, longe da habitual cautela da ONU, foram elogiadas por muitos diplomatas, enquanto a Rússia deixou sua bancada vazia.
Presidente do Inquérito da ONU sobre Ucrânia, Erik Mose
Fabrice COFFRINI / AFP
Em uma intervenção por vídeo, o representante da Ucrânia, Anton Korinevich, descreveu a apresentação dos investigadores como um “marco importante” para o estabelecimento de responsabilidades perante a Justiça, e lembrou que seu país pede a criação de um tribunal especial para julgar os crimes russos na Ucrânia.
“Sua apresentação leva à reflexão sobre o alcance e amplitude dessas atrocidades e seu impacto duradouro na vida de dezenas ou centenas de milhares de civis inocentes, incluindo crianças”, disse o embaixador britânico Simon Manley.
A comissão foi criada em março pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para investigar denúncias sobre as ações das tropas russas na Ucrânia.
Entenda, em 5 pontos, a escalada da tensão na guerra da Ucrânia
O conselho aprovou então uma nova resolução em maio pedindo que a comissão investigasse especificamente as graves violações de direitos humanos cometidas por tropas russas nas regiões de Kiev, Chernigov, Kharkiv e Sumy.
Durante suas investigações nessas quatro regiões, a comissão visitou 27 cidades e vilarejos e questionou mais de 150 vítimas e testemunhas, explicou Erik Mose.
“Ficamos chocados com o grande número de execuções nas regiões que visitamos. A Comissão está atualmente investigando essas mortes em 16 cidades e locais. Recebemos denúncias críveis sobre mais casos de execuções, que estamos documentando”, explicou.
Características comuns nos corpos encontrados foram sinais visíveis de execuções, como mãos amarradas nas costas, ferimentos de bala na cabeça ou cortes no pescoço.
Torturas e estupros
Policiais trabalham na exumação de covas encontradas na região de Izium, na Ucrânia
REUTERS/Gleb Garanich
Mose também denunciou o uso pela Rússia de “armas explosivas com um longo raio de impacto” em áreas civis.
Além disso, as testemunhas forneceram testemunhos consistentes de maus-tratos e tortura, perpetrados durante detenções ilegais.
Algumas vítimas indicaram que, após uma primeira prisão pelas forças russas na Ucrânia, foram transferidas para a Rússia e mantidas detidas por semanas em prisões.
“Os interlocutores descreveram espancamentos, choques elétricos e nudez forçada, além de outros tipos de violações nesses locais de detenção”, destacou Mose, observando que algumas vítimas transferidas para a Rússia teriam desaparecido.
Casa ficou destruída após ataques russos em Bucha, na Ucrânia
REUTERS/Zohra Bensemra
Os investigadores da ONU também receberam informações sobre casos de violência sexual.
Em alguns casos, parentes ou amigos foram forçados a testemunhar esses crimes.
A idade das vítimas de violência sexual variou de quatro a 82 anos.
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