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Israel tem dia conturbado com protestos, ataque terrorista, mais mortes de palestinos e visita de secretário dos EUA

Israel tem dia conturbado com protestos, ataque terrorista, mais mortes de palestinos e visita de secretário dos EUA


Manifestantes bloquearam vias para tentar impedir chegada do premiê Netanyahu a aeroporto. Soldados isolam área de ataque em Tel Aviv, nesta quinta (9)
Jack Guez/AFP
Pelo menos três civis israelenses foram feridos por tiros no que autoridades locais classificaram como ataque terrorista perto de um café em Tel Aviv na noite de quinta-feira (9).
Um dos feridos chegou em estado crítico ao hospital por estar baleado no pescoço. Informações preliminares indicam que havia dois terroristas armados, um dos quais foi morto pela polícia.
O ataque marcou o fim de um dia agitado em Israel: milhares de israelenses que se opõem aos planos de reforma legal do governo de extrema direita do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, bloqueavam estradas dentro e ao redor do aeroporto Ben Gurion de Israel.
Simultaneamente, o país recebia o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que conversou com autoridades israelenses num contexto de aumento da violência aumenta devido à morte de três palestinos na Cisjordânia.
Os protestos obrigaram o local das negociações com Austin a ser alterado de última hora.
Manifestantes contra a reforma judiciária de Benjamin Netanyahu seguram faixas e bandeiras em Modiin
Amir Cohen/Reuters
Poucas horas antes da chegada do americano, três palestinos foram mortos a tiros por policiais de fronteira israelenses disfarçados na Cisjordânia ocupada.
O encontro de Austin com seu homólogo israelense, Yoav Gallant, mudou de endereço. Netanyahu também se reuniu com o chefe do Pentágono, informou seu escritório.
O primeiro-ministro viajou depois para Roma. Manifestantes tentaram impedir a viagem bloqueando com veículos as ruas de acesso ao aeroporto.
Um deles, Ori Gal, de 18 anos, disse que estava protestando contra “a ditadura que emerge dos esgotos” e “ameaça a democracia israelense”.
Perto do Ministério da Defesa, em Tel Aviv, manifestantes a pé bloquearam uma das principais ruas.
Também houve manifestações menores em várias partes do país, obrigando Netanyahu a se deslocar para o aeroporto de helicóptero, em vez de carro.
Os opositores dos planos de reforma – que dariam ao poder político mais poder sobre os tribunais – protestam há nove semanas seguidas contra o que consideram uma ameaça à democracia.
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, disse que instruiu a polícia a impedir que os manifestantes bloqueiem as estradas.
“Manifestar, gritar, é democracia”, disse. “Mas a ilegalidade não será tolerada”, acrescentou.
Aumento da violência na Cisjordânia
Paralelamente, a violência na Cisjordânia está aumentando, coincidindo com o governo de coalizão de Netanyahu, que assumiu em dezembro e é considerado o mais direitista da história de Israel.
O Ministério da Saúde palestino anunciou nesta quinta-feira o “martírio” (morte) de três homens que foram mortos a tiros por forças israelenses em Jaba, perto da cidade de Jenin, no norte, o epicentro da violência.
O Ministério da Saúde identificou os mortos como Sufyan Fakhoury, 26 anos, Ahmed Fashafsha, 22, e Nayef Malaysha, 25.
A polícia israelense disse que forças especiais acompanhadas por soldados estiveram em Jaba para prender suspeitos envolvidos em tiroteios contra soldados na área, incluindo Fakhoury e Fashafsha.
Eles são dois membros do movimento palestino Jihad Islâmica.
“Durante a operação, tiros foram disparados contra policiais de fronteira infiltrados… Eles responderam atirando e matando três homens armados no carro”, disse a polícia.
“Várias armas e artefatos explosivos foram encontrados no veículo”, acrescentou.
Por sua vez, a Jihad Islâmica condenou Israel pelo “assassinato cruel” perpetrado em Jaba.

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