Atletas se demonstraram contra as medidas tomadas pelo governo nos últimos meses, desde a morte da jovem Mahsa Amini. Seleção iraniana durante apresentação no campo em Doha, no Catar
Marko Djurica/REUTERS
A seleção de futebol do Irã optou por não cantar o hino de seu país antes da partida da Copa do Mundo contra a Inglaterra nesta segunda-feira (21), em uma aparente demonstração de apoio aos manifestantes do país.
Todos os 11 jogadores titulares ficaram em silêncio enquanto o hino era tocado no Khalifa International Stadium.
Mais de dois meses de protestos em todo o país, desencadeados pela morte de uma jovem sob custódia da polícia moral, Mahsa Amini, está entre os desafios mais difíceis para os líderes clericais do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.
Caso Mahsa Amini
Protestos contra morte da jovem Mahsa Amini no Teerã, capital do Irã, no dia 21 de setembro.
Reuters
O país vive a maior onda de protestos de sua história, que eclodiram em reação ao caso da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que apareceu morta após ser presa pela chamada polícia dos bons costumes do país por “uso inadequado” do véu islâmico, obrigatório no Irã.
Desde o início das manifestações no Irã, em setembro, cerca de 380 pessoas morreram, incluindo pelo menos 47 crianças, segundo a Iran Human Rights Watch, a principal organização de monitoramento das manifestações.
Mulheres curdas sírias protestam contra a morte da curda iraniana Mahsa Amini, detida pela polícia da moralidade de Teerã
AP
As reivindicações, contra a repressão às mulheres, rapidamente se tornaram o maior movimento para desafiar a República Islâmica desde a sua proclamação em 1979.
Desde o começo dos protestos, o governo vem respondendo com forte repressão às manifestações. Entre os 380 mortos, 47 eram crianças, segundo disse o diretor da Iran Human Rights Watch, Mahmood Amiry-Moghadda, à agência de notícias France Presse.
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