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Juros bancários têm 1ª queda em 15 meses em setembro, revela Banco Central

Juros bancários têm 1ª queda em 15 meses em setembro, revela Banco Central

Recuo marginal de 0,2 ponto percentual, para 40,4% ao ano, foi registrada na taxa média de juros cobrada pelos bancos no mês passado. Taxa do cartão de crédito também recuou, mas segue em patamar proibitivo, e juro do cheque especial é o maior desde janeiro de 2020. A taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas apresentou pequeno recuo de 0,2 ponto percentual em setembro, para 40,4% ao ano. Em agosto, somava 40,6% ao ano.
De acordo com o Banco Central, essa foi a primeira queda na taxa desde junho de 2021, ou seja, em 15 meses. O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres, ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas, porém, subiu de 22,7% ao ano, em em agosto, para 22,9% ao ano, em setembro.
Já nas operações com pessoas físicas, os juros recuaram de 54% ao ano, em agosto, para 53,7% ao ano, em setembro.
No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 128,4% ao ano, em agosto, para 134,6% ao ano, em setembro. É a maior taxa desde janeiro de 2020 (140,8% ao ano).
A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, recuaram de de 399,6% ao ano em agosto para 388,7% ao ano em setembro.
O crédito rotativo do cartão de crédito, cuja demanda em 2021 foi a maior em dez anos, pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Mesmo com a queda em setembro, o patamar da taxa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
Alta da Selic
A taxa média de juros dos bancos parou de subir no mesmo mês em que o Banco Central interrompeu o processo de alta da taxa básica da economia, a Selic.
O BC subiu os juros entre março de 2021 e agosto deste ano. Foram 12 elevações seguidas da taxa Selic, que avançou 11,75 pontos percentuais, configurando o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999, ou seja, em 23 anos.
Entre março de 2021 e setembro deste ano, a taxa média de juros dos bancos de empresas e pessoas físicas avançou em proporção semelhante (12 pontos percentuais de alta).
O objetivo do ciclo da alta da taxa Selic, segundo o BC, foi conter as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia da Covid, que gerou interrupção na oferta de produtos e injetou recursos extraordinários na economia, por meio de auxílios temporários, o que elevou os preços.
Também causou impacto na inflação a guerra na Ucrânia, principalmente nos preços de combustíveis e alimentos nos últimos meses.
Endividamento das famílias e inadimplência
Segundo o BC, o endividamento somou 52,85% da renda acumulada nos doze meses até agosto deste ano. A série histórica do BC para este indicador tem início em janeiro de 2005.
Em julho deste ano, este indicador estava em 53,21%.
Endividamento recorde das famílias será desafio para o próximo governo
Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.
A taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito ficou estável em 2,8% em setembro. Mesmo assim, permanece no maior patamar desde junho de 2020.
Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência permaneceu em 3,7% — a maior desde maio de 2020 (4%).
Já a inadimplência das empresas ficou estável subiu de 1,5%, em agosto, para 1,6% em setembro, a mais alta desde agosto de 2020 (1,8%).
Crédito bancário
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, avançou 2,2% em setembro deste ano, para R$ 5,17 trilhões.
Houve alta de 2,6% na carteira de pessoas jurídicas e aumento de 1,9% na de pessoas físicas.
De acordo com a instituição, entre as modalidades de crédito para as famílias, se destacaram em setembro o crédito consignado para trabalhadores do setor público ( 1,5%), o cartão de crédito rotativo ( 5,8%), o crédito pessoal não consignado ( 1,3%), o crédito pessoal destinado à composição de dívidas ( 3,1%) e o crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS ( 0,9%), entre outros.
Em doze meses, o crescimento do volume total do crédito bancário atingiu 16,8% em setembro, contra 16,7% em agosto.
Para todo este ano, o Banco Central estima uma expansão de 14,2% no crédito bancário. Em 2021, impulsionado por linhas emergenciais de crédito para o combate aos efeitos da pandemia, o crédito bancário teve alta de 16,3%.
Os dados do BC mostram que as concessões de novos empréstimos bancários também avançaram em setembro, quando registraram expansão de 0,35% contra o mês anterior.
Esse foi o terceiro mês seguido de alta do indicador. O cálculo foi feito após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes.

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