Ministro da Fazenda comentou que falas de Trump durante a campanha causam apreensão no mundo inteiro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (6), que “o dia amanheceu mais tenso em função do que foi dito na campanha” de Donald Trump. O republicano saiu vitorioso na corrida eleitoral à presidência dos Estados Unidos.
“Na campanha, foram ditas muitas coisas que causam apreensão. Não só no Brasil, no mundo inteiro. Causa uma apreensão nos mercados emergentes, causam apreensão nos países endividados, na Europa… então o dia amanheceu, no mundo, mais tenso”, afirmou o ministro a jornalistas.
Haddad chamou a atenção para o fato de o partido de Trump, os Republicanos, terem saído vitoriosos no parlamento também, com grande número de senadores e deputados eleitos. De acordo com o ministro, isso significa que o governo terá “muitos graus de liberdade”, mas “a vida tratará de corrigir algumas propostas exacerbadas”.
Haddad disse ainda que é preciso analisar os desdobramentos do governo Trump a partir do ano que vem, já que, segundo ele, “o que foi dito” nem sempre é “o que será feito”.
“As coisas, às vezes, não se traduzem da maneira como foram anunciadas, e o discurso pós-vitória já é um discurso mais moderado do que o da campanha, então nós temos que aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa, cuidar da economia para ser o menos afetado possível, qualquer que seja o cenário externo”, disse o ministro.
Impacto político
Questionado sobre qual seria o possível impacto da vitória de Trump nas eleições presidenciais brasileiras de 2026, Haddad disse reconhecer o avanço da direita no mundo e no Brasil, mas não acredita que haja um “automatismo” entre os dois pleitos.
“Não tem um casamento de eleições entre o Brasil e os Estados Unidos, não se dá assim. Não tem um automatismo. Existe um fenômeno crescente da extrema direita no mundo. Mas isso não é de agora, né? Isso vem desde 2016. O importante é a democracia continuar resistindo”, afirmou.
Posicionamento brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou a candidata opositora de Donald Trump, a democrata Kamala Harris. Na última sexta-feira (1º), em entrevista ao canal francês TF1, Lula sugeriu que uma vitória do candidato republicano Trump significaria uma volta do fascismo e nazismo.
“Temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos Estados Unidos, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”, explicou.
Vitória de Trump
Donald Trump está eleito presidente dos Estados Unidos, segundo projeção da CNN. Ele voltará à Casa Branca após quatro anos para um segundo mandato. Trump derrotou a atual vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata, que tinha apoio do presidente Joe Biden – que havia vencido Trump em 2020.
Ele conseguiu o número necessário de delegados – figura do sistema eleitoral dos Estados Unidos – para ser eleito no Colégio Eleitoral. Saiba mais sobre como funciona a votação nos EUA.
Fonte: CNN Brasil