Manifestações eclodiram no país inteiro há seis dias, por conta da morte de uma jovem após ser detida pela polícia por não usar o véu ‘corretamente’. Caso iniciou movimento sem precedentes de mulheres do país contra a repressão policial e a imposição da chama ‘polícia da moralidade’. Mulher corta o cabelo em público como forma de protesto no Irã.
Yasin AKGUL / AFP
Onze pessoas morreram durante os intensos protestos que acontecem há seis dias no Irã por conta da morte de uma jovem detida pela polícia.
As manifestações eclodiram após a jovem, de 22 anos, ser hospitalizada e morrer enquanto estava sob custódia policial por não usar o véu “adequadamente”. O governo iraniano ainda não esclareceu quais foram as causas da morte, que incitou um movimento sem precedentes no país contra a repressão às mulheres e à chamada “polícia da moralidade” que existe no Irã.
Pela lei iraniana, que é baseada na Sharia – uma interpretação jurídica do Corão -, as mulheres devem usar o hijab, um tipo de véu islâmico que cobre a cabeça, o cabelo e o pescoço.
Entenda como morte de jovem por causa de véu desencadeou protestos no Irã
Entre os mortos nos protestos estão sete manifestantes e quatro integrantes das forças de segurança, de acordo com um balanço oficial divulgado nesta quarta-feira (22).
As mortes aconteceram durante confrontos entre os manifestantes e a polícia em diferentes regiões do país, como Tabriz, Qazvin e Mashhad, no nordeste, em Shiraz, no centro do país, e em Kermanshah e no Curdistão iraniano, no noroeste.
A jovem morta após ser detida pela polícia, Mahsa Amini, é natural do Curdistão e passava férias com a família no nordeste do Irã quando foi repreendida e presa por policiais que afirmaram que ela não usava o véu corretamente.
As autoridades iranianas negam a responsabilidade das forças de segurança na morte dos manifestantes. Segundo a imprensa iraniana, todas as mortes ocorreram por tiros ou esfaqueamento.
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