A oposição na Câmara dos Deputados intensifica esforços para acelerar a tramitação do projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. O Partido Liberal (PL), liderado por Sóstenes Cavalcante (RJ), busca resolver o impasse até quinta-feira (3), coincidindo com a reunião de líderes da Casa.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), retornou de viagem oficial ao Japão e deve se reunir nesta terça-feira (1º) com os líderes do PL e do PT, Lindbergh Farias (RJ), para discutir o assunto. Motta sinalizou a intenção de dar um desfecho à pauta ainda esta semana.
O PL ameaçou obstruir as votações na Câmara caso o projeto não seja pautado em plenário. Lideranças do partido têm compartilhado uma lista de apoio ao projeto, com assinaturas de partidos de centro-direita. Sóstenes Cavalcante expressou confiança no apoio de Motta e na definição da pauta na reunião de líderes.
Deputados do Centrão criticam a estratégia de obstrução do PL, argumentando que isso cria divisões no Legislativo. No entanto, reconhecem que, se pautado, o projeto deve receber ampla adesão entre partidos de centro-direita. A possibilidade de instalar uma comissão especial para discutir o projeto é considerada, mas o PL rejeita essa alternativa.
O Palácio do Planalto se posiciona contra a proposta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a iniciativa da oposição evidencia uma “auto-culpa” do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação aos eventos de 2022. Lula negou ter discutido o assunto com os presidentes da Câmara e do Senado durante a recente viagem à Ásia.