Partidos comandarão a maioria dos municípios com mais de 200 mil eleitores
Mais da metade dos prefeitos e vices que tomam posse neste 1º de janeiro estão concentrados em quatro partido: PL, PSD, MDB e União Brasil.
O levantamento da CNN foi feito com base nos resultados registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em municípios que tinham mais de 200 mil eleitores aptos para votar.
Nos 103 municípios nesta faixa de eleitores, 16 prefeitos e 15 vice-prefeitos filiados ao PL — 31, no total (15%) — vão assumir estas cadeiras nesta quarta-feira.
A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro vai ter sob seu comando cidades como: Guarulhos, na Grande São Paulo (com Lucas Sanches), e Maceió (com o reeleito João Henrique Caldas, o JHC).
O partido também vai ocupar a vice em São Paulo (Coronel Mello Araújo) e Curitiba (Paulo Martins).
PSD
Logo após, vem o PSD. O partido empossa, respectivamente, 15 prefeitos e 14 vices nas grandes cidades — 29, no total (14%).
Liderado nacionalmente por Gilberto Kassab, o PSD seguirá controlando metrópoles como: Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, e Belo Horizonte, com Fuad Noman, que foram reeleitos.
O partido também vai ter vices em Fortaleza (Gabriella Aguiar) e Osasco (SP), cidade vizinha à capital paulista (com Lau Alencar).
PT e PSB
Os partidos que ocupam o governo federal estão em cenários distintos.
No ranking, o PT aparece com seis prefeitos e um vice em grandes cidades.
Na Prefeitura de Fortaleza, quem assumirá é Evandro Leitão. O partido voltará a governar uma capital pela primeira vez desde 2018. Já em Santarém, cidade mais populosa do oeste do Pará, ocupará a cadeira de vice com Carlos Martins.
O PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, embora tenha eleito dois prefeitos em grandes cidades, conquistou oito cadeiras de vice e ficou à frente do PT.
O partido conseguiu reeleger o prefeito de Recife, João Campos, e também o vice-prefeito de Campinas (SP), Wandão Almeida, em chapa com o atual mandatário campineiro, Dário Saadi (Republicanos), por exemplo.
Olhar para o vice
“Pensar não só no [partido do] cabeça de chapa, mas quem indicou o vice-prefeito, e diferenciar isso de apenas estar na coligação, é qualitativamente diferente”, explica a cientista política Lara Mesquita, professora da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“O partido do prefeito sempre faz parte da composição do governo, e, normalmente, o partido do vice, também. Os outros partidos da coligação eleitoral, não necessariamente”, acrescenta.
Além disso, vices tendem a despontar como potenciais futuros prefeitos.
Em São Paulo e Belo Horizonte, Nunes e Fuad chegaram à prefeitura após a morte de Bruno Covas e a renúncia de Alexandre Kalil, respectivamente, de quem eram vices.
Em Salvador, Bruno Reis (União) era o vice de ACM Neto (União) quando foi eleito prefeito pela primeira vez, em 2020. Eduardo Pimentel (PSD), por sua vez, era vice do então prefeito Rafael Greca (PSD).
Sobre os dados
Apenas cidades acima de 200 mil eleitores podem ter segundo turno, caso seja necessário. Devido a isto, elas recebem atenção especial dos diretórios nacionais dos partidos em anos eleitorais.
Nestas cidades, as executivas nacionais das legendas costumam aprovar, desaprovar e até impor alianças e candidaturas, em estratégias visando as eleições aos governos estaduais e até para a Presidência.
Veja os partidos com mais prefeitos e vices eleitos nas grandes cidades:
PL: 31 eleitos, sendo 16 prefeitos e 15 vices (15%)
PSD: 29, sendo 15 prefeitos e 14 vices (14%)
MDB: 25, sendo 12 prefeitos e 13 vices (12%)
União Brasil: 23, sendo 14 prefeitos e 9 vices (11%)
PP: 16, sendo 11 prefeitos e 5 vices (8%)
Podemos: 16, sendo 8 prefeitos e 8 vices (8%)
Republicanos: 13, sendo 8 prefeitos e 5 vices (6%)
PSB: 10, sendo 2 prefeitos e 8 vices (5%)
Novo: 9, sendo 2 prefeitos e 7 vices (4%)
PSDB: 8, sendo 5 prefeitos e 3 vices (4%)
PT: 7, sendo 6 prefeitos e 1 vice (3%)
Avante: 7, sendo 2 prefeitos e 5 vices (3%)
PDT: 3, sendo 2 prefeitos e 1 vice (1%)
Solidariedade: 2 vices (1%)
Cidadania, PCdoB, PV, PRD, Agir, Mobiliza e PSOL: 1 vice, cada um (Menos de 1%)
Fonte: CNN Brasil