Aéreas pedem melhores condições para preços baixarem; governo defende queda do QAV e criará fundo para endereçar demandas por crédito
O preço médio das passagens aéreas registrou queda de 3,9% em 2023, em comparação com o ano anterior, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O ano foi marcado por impasse entre o governo, que vê espaço para cifras menores, e o setor, que defende sua posição.
No ano passado, a tarifa média se situou em R$ 636,32 ante R$ 662,61 de 2022. De acordo com a ANAC, do total de bilhetes vendidos no ano passado, mais da metade (51,2%) custaram até R$ 500. Outros 41,6% corresponderam a tarifas acima de R$ 500 e abaixo de R$ 1,5 mil. Por fim, 7,2% custaram mais de R$ 1,5 mil.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa o setor no assunto, diz que a interlocução com o governo é positiva, mas pede, para os preços caírem, um ambiente com maior acesso ao crédito, a criação de linhas direcionadas e a revisão da política de preços do combustível da aviação (QAV).
O governo Lula, que tem como uma de bandeiras a democratização do modal, defende que no primeiro ano de gestão o preço do QAV teve baixa considerável — o que deveria impactar nas passagens. Até dezembro, a queda acumulada em 12 meses no valor do combustível foi de 19,6%.
Para endereçar a questão do crédito, o governo desenha um fundo garantidor para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestar dinheiro para as companhias com juros mais baixos. As minúcias do fundo devem ser anunciados em março.
Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o valor do fundo garantidor deve ficar entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões. A cifra atende a demanda das empresas, conforme o ministro. O dinheiro deve ser usado pelas empresas para adquirir aviões, melhorar estrutura e pagar débitos.
Fonte: CNN Brasil