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Prefeitos se mobilizam contra proposta da Fazenda sobre piso dos gastos com Saúde

Prefeitos se mobilizam contra proposta da Fazenda sobre piso dos gastos com Saúde

Na semana passada, área econômica do governo federal encaminhou ao TCU uma consulta para avaliar a possibilidade de não pagar o piso mínimo neste ano

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou ofícios para o Senado e para o Tribunal de Contas da União (TCU) manifestando preocupação sobre a possibilidade de descumprimento do piso constitucional de Saúde em 2023.

Na avaliação da FNP, que reúne principalmente prefeitos de capitais e grandes cidades, isso pode comprometer o acesso e a qualidade dos serviços de saúde.

Na semana passada, o Ministério da Fazenda encaminhou ao TCU uma consulta para avaliar a possibilidade de não pagar o piso mínimo neste ano.

Após a sanção do novo arcabouço fiscal, em 31 de agosto, foi revogado automaticamente o teto que suspendia a correção dos pisos atrelada à inflação. Com isso, os pisos da Saúde e da Educação voltaram a estar vinculados ao volume de receitas do governo.

No entanto, em 2023, apenas a Educação teria condições de financiar o valor mínimo a ser pago com o orçamento disponível. Já a Saúde pode gerar um rombo de R$ 20 bilhões nas contas do governo este ano, segundo a equipe econômica.

Nos ofícios enviados ao Senado e ao TCU, os prefeitos ressaltam que “negligenciar o cumprimento do piso constitucional da saúde pode comprometer gravemente a assistência de milhões de brasileiros, gerando impactos adversos a longo prazo”.

“É um absurdo a redução do repasse de recursos federais para a Saúde. Nos últimos anos, quem tem pagado a maior conta do SUS são os municípios. Em Campinas, há 20 anos, a União enviava quase que 70% dos recursos para a Saúde. Neste ano, a cidade atingiu 77% de gastos totais”, disse o vice-presidente da área de Saúde da FNP e prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos).

Campinas, por exemplo, aplicou 25% de recursos próprios no segundo quadrimestre de 2023 — o mínimo constitucional determina 15% e a lei orgânica do município, 17%.

Entre os fatores que têm influenciado no aumento do custo do SUS estão o envelhecimento da população, as doenças crônicas e complexas, o aumento no valor dos produtos da área da Saúde (medicamentos, equipamentos e insumos), migração de pacientes do setor privado para o público e emergências, como pandemias e epidemias.

Fonte: CNN Brasil

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