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Quem é Ales Bialiatski e o que fazem as entidades russa e ucraniana que venceram Nobel da Paz


Anunciados nesta sexta-feira (7), vencedores foram reconhecidos pela ‘co-existência pacífica nos países vizinhos Belarus, Rússia e Ucrânia’. Ativista está preso em Belarus. Nobel da Paz 2022 vai para Ales Bialiatski, Memorial e Center for Civil Liberties
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2022, Ales Bialiatski é ativista e um dos principais nomes da oposição ao atual presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Bialiatski está preso em Belarus atualmente.
Bialiatski, que se dedica a promover a democracia e o desenvolvimento pacífico na Bielorrússia , foi um dos fundadores do movimento democrático que surgiu no país em meados da década de 1980. Em 1996, ele fundou a organização Viasna em resposta às polêmicas emendas constitucionais que deram ao presidente poderes ditatoriais e que desencadearam manifestações generalizadas.
O bielorussi Ales Bialiatski, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2022.
Reuters
A Viasna prestou apoio aos manifestantes presos e suas famílias e, nos anos seguintes, evoluiu para uma ampla organização de direitos humanos que lutou contra a tortura de presos políticos.
O ativista foi preso de 2011 a 2014. Em 2020, após as manifestações contra o regime, ele foi novamente preso e segue detido sem julgamento.
O prêmio, anunciado nesta sexta-feira (7), também foi dado a duas entidades: a organização internacional russa pelos Direitos Humanos Memorial e a organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis.
Segundo os organizadores, os vencedores “representam a sociedade civil em seus países de origem”.
“O comitê do Prêmio Nobel quis honrar três campeões dos Direitos Humanos, da democracia e da co-existência pacífica nos países vizinhos Belarus, Rússia e Ucrânia. Eles honram a visão de Alfred Nobel sobre paz e convivência, uma visão tão necessária no mundo hoje”, declarou o comitê.
Entidades premiadas
A organização de direitos humanos Memorial foi criada em 1987 por ativistas de direitos humanos na antiga União Soviética que queriam garantir que as vítimas da opressão ao regime comunista nunca fossem esquecidas. Andrei Sakharov, Nobel da Paz em 1975, e a defensora dos direitos humanos Svetlana Gannushkina são alguns dos fundadores.
Após o fim da União Soviética, o Memorial cresceu e se tornou a maior organização de direitos humanos da Rússia.
Já o Centro para as Liberdades Civis foi fundado em Kiev em 2007 com o objetivo de promover os direitos humanos e a democracia na Ucrânia. O centro tomou posição para fortalecer a sociedade civil ucraniana e pressionar as autoridades para tornar o país uma democracia de pleno direito. Para transformar a Ucrânia em um estado governado pelo Estado de direito, o Centro para as Liberdades Civis tem defendido ativamente que a Ucrânia se afilie ao Tribunal Penal Internacional.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, a entidade se empenhou em identificar e documentar crimes de guerra russos contra a população civil ucraniana. Em colaboração com parceiros internacionais, o centro desempenha um papel pioneiro no sentido de responsabilizar os culpados pelos seus crimes.
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