Camisa do clube inglês Watford, onde o atacante jogava, foi sorteada em campanha para conseguir dinheiro para a cirurgia, que inicialmente custava R$ 400 mil. Camisa do Watford autografada por Richarlison
Reprodução/WhatsApp
Autor dos dois primeiros gols do Brasil na Copa do Catar, Richarlison deu o que falar na internet, após o jogo contra a Sérvia, nesta quinta (24). Um dos assuntos foi a ajuda que ele deu para pagar uma cirurgia de um homem com doença de Parkinson, em 2017, no Recife.
Na época, o atacante ofereceu, espontaneamente, uma camisa autografada para ser sorteada e ajudar a levantar o valor para o procedimento. Procurada pelo g1, a assessoria do jogador confirmou que ele fez a doação do material esportivo.
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O Brasil ganhou da Sérvia por 2 x 0, com os gols feitos por Richarlison aos 17 e 27 minutos do segundo tempo. No Recife, o capixaba virou herói e ganhou boneco gigante. Foi na capital que, há cinco anos, aconteceu o caso de solidariedade envolvendo o jogador.
O homem operado foi o consultor financeiro Edgar Nogueira, pai da nutricionista e estudante de medicina Laryssa Nogueira. No Twitter, ela publicou a história, elogiando o atacante.
Mensagens de Richarlison oferecendo camisa para ajudar a pagar cirurgia de homem com Parkinson
Reprodução/Instagram
“Para quem está conhecendo Richarlison agora, esse aqui é Richarlisson: se ofereceu a me ajudar na campanha que fiz para conseguir uma cirurgia para o meu pai”, disse a jovem, na postagem.
Na época, Laryssa precisava de R$ 400 mil para que o pai dela fosse submetido a uma cirurgia para a implantação de um dispositivo para fazer estimulação cerebral profunda (do inglês, deep brain stimulation, ou DBS).
O procedimento não era custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e dependia da importação de equipamentos para ser realizado.
“Foi aí que eu tive a ideia de fazer a campanha. Comecei rifando um celular que ganhei de um amigo e uma viagem. Uma amiga, dona de uma agência, me ofereceu. Era para eu pagar quando pudesse. Fui atrás de artistas, ia a shows, me juntava com amigos para comentar em massa nas postagens para que eles vissem”, afirmou a nutricionista.
Edgar e a filha, Laryssa, antes da cirurgia para reduzir efeitos da doença de Parkinson
Reprodução/WhatsApp
O pai de Laryssa tem 57 anos, mas foi diagnosticado aos 36. Quando foi feita a indicação da cirurgia, ele tinha 52 anos, e a doença já tinha evoluído bastante. Ele estava debilitado e tomava mais de 20 comprimidos por dia para conter o avanço. A única solução era a cirurgia.
Muitos jogadores ajudaram Laryssa para conseguir o dinheiro de que precisava, depois que ela entrava em contato com eles.
No caso de Richarlison, foi o próprio atacante que, ao tomar conhecimento da campanha, entrou em contato com ela e se ofereceu para enviar a camisa para sorteio. Na época, ele jogava no Watford, um clube inglês.
Edgar e a família, após cirurgia
Reprodução/WhatsApp
“Eu nunca nem cheguei a pedir ajuda a ele, foi ele que veio. Muitos jogadores de futebol e de vôlei me ajudaram. Eu vi que jogador é um povo muito bom, do bem. Mas Richarlison é diferenciado. Ele que mandou a mensagem, e eu pensei: meu Deus, onde é que a gente está chegando? Recebi algumas doações anônimas em dinheiro também, coisa de R$ 10 mil. Eu brinco que tenho certeza de que ele devia estar por ali também”, afirmou a nutricionista.
A campanha começou em setembro, época em que Richarlison ofereceu a camisa. A cirurgia aconteceu no fim do ano, pouco tempo depois.
A campanha tinha arrecadado R$ 280 mil, e não os R$ 400 mil iniciais, porque, ao longo do tempo, a família conseguiu algumas ajudas, inclusive do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que permitiu que o procedimento fosse realizado na unidade.
Richarlison fez dois gols na estreia do Brasil na Copa do Catar
Lucas Figueiredo/CBF
“Os médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, todos atuaram de forma voluntária. A empresa que importa o material soube da história e me vendeu tudo a preço de custo. Meu pai não andava sozinho mais, e hoje anda, trabalha, faz tudo”, contou.
Depois da cirurgia do pai, Laryssa conseguiu realizar um sonho antigo, que foi entrar na faculdade de medicina. A mãe dela, que antes precisava se dedicar ao cuidado do marido, entrou na faculdade depois dos 50 anos, para cursar educação física.
“Estudar medicina sempre foi um sonho, mas eu não podia parar para estudar para o vestibular de medicina, porque com meu pai doente, eu precisava me formar e trabalhar. O Parkinson não vai embora, mas, com essa cirurgia, ele adquiriu qualidade de vida. Toma, no máximo, cinco comprimidos por dia. A melhora é muito expressiva”, disse.
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