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Ucrânia acusa Rússia de ‘terrorismo nuclear’ após míssil cair a menos de 300 metros de usina

Ucrânia acusa Rússia de ‘terrorismo nuclear’ após míssil cair a menos de 300 metros de usina


Explosão próxima a reator nuclear renova temores quanto a um possível vazamento de radiação. Ataque ocorre dias depois de Moscou reforçar ameaças a infraestruturas ucranianas. Míssil cai a menos de 300 metros de usina nuclear na Ucrânia
Um ataque de míssil próximo a uma usina nuclear na Ucrânia nesta segunda-feira (19) levou Kiev a acusar Moscou de “terrorismo nuclear”. Câmeras de segurança capturaram o momento em que ocorre a explosão. (Veja no vídeo acima)
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O projétil caiu em um perímetro de menos de 300 metros de um dos reatores da usina de Pivdennoukrainsk e criou uma cratera de dois metros de profundidade por quatro metros de diâmetro, segundo informações da agência nuclear ucraniana, Energoatom.
Nenhum dos três reatores da usina foram danificados e os funcionários saíram ilesos, mas o ataque atingiu equipamentos industriais.
A proximidade do local da queda do míssil renovou os temores quanto a um possível acidente nuclear que possa resultar em vazamento de radiação.
O complexo industrial onde se localiza a usina está situado a cerca de 300 quilômetros da capital, Kiev, ao longo do rio Bug do Sul.
O ataque levou ao fechamento temporário de uma usina hidrelétrica nas proximidades, além de quebrar mais de cem janelas no complexo industrial e romper três linhas de transmissão, segundo autoridades ucranianas.
Usina Nuclear de Pivdennoukrainsk fica na região de Mykolaiv, no sul da Ucrânia
REUTERS/Viktoriia Lakezina
Zaporizhzhia
A usina de Pivdennoukrainsk, no sul do país, é a segunda maior do país depois de Zaporizhzhia, que também vem sendo alvo de ataques. Os reatores nos dois locais foram projetados de maneira idêntica.
A usina de Zaporizhzhia, a maior da Europa, está ocupada por forças russas desde os primeiros dias da invasão russa da Ucrânia, que já dura quase sete meses.
Bombardeios nas proximidades romperam linhas de transmissões, forçando os técnicos ucranianos que ainda trabalham no local a fechar os seis reatores.
Russos e ucranianos se acusam mutuamente pelos ataques no entorno da usina.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que mantem observadores para Zaporizhzhia, informou que uma das principais linhas de transmissão foi religada na última sexta-feira (16), o que possibilita gerar a eletricidade necessária para o resfriamento dos reatores.
Imagens de satélite mostram buracos no telhado da usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, em 29 de agosto
Maxar Technologies via Reuters
“Terrorismo nuclear”
Após a série de revezes das tropas russas nas últimas semanas, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou aumentar os ataques a infraestruturas ucranianas. Moscou já bombardeou estacoes elétricas e equipamentos de transmissão, gerando blecautes e colocando em perigo os sistemas de segurança das usinas nucleares administradas por Kiev.
O Ministério ucraniano da Defesa e a Energoatom classificaram o ataque como um ato de “terrorismo nuclear” por parte do Kremlin.
Putin, no entanto, alega que suas forças vem agindo, até o momento, com comedimento, em reação às tentativas ucranianas de atingir instalações russas. “Se a situação se desenvolver nesse sentido, nos resposta será mais séria”, advertiu o presidente.
“Recentemente, as Forças Armadas russas realizaram ataques de grande impacto”, afirmou, em referência a bombardeios realizados na semana passada. “Vamos considera-los como ataques de advertência.”

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