Brasileiras em Doha relatam a vida no país-sede da Copa do Mundo de 2022. Brasileiros contam como é a vida no Catar, o primeiro país do Oriente Médio a sediar a Cop
O choque de culturas é um dos pontos que mais promove debates sobre a Copa do Mundo no Catar. O país — que considera homossexualidade crime, por exemplo – é criticado por defensores de direitos humanos, alvo de protestos de jogadores de diversas seleções, e cultiva hábitos que, aos olhos dos brasileiros, podem parecer inusitados.
O g1 conversou com brasileiros que moram no Catar há pelo menos um ano, com o propósito de saber como é a vida de um imigrante no país. Veja, a seguir, alguns relatos :
País ‘nada pet friendly’
A veterinária Luciana Petry contou que o país é “nada pet friendly” e que o abandono de animais é um problema preocupante em Doha, a capital. Dona de duas vira-latas caramelo brasileiras, Luciana contou que os animais sofrem muito.
“O país é nada petfriendly. Por conta da religião, eles não têm cachorro. Mulçumano nenhum tem cachorro. Muitas culturas aqui têm muito medo. A gente tem muito indiano aqui, os indianos têm muito medo de cachorro de forma geral”, afirmou Luciana.
Luciana Petry é veterinária e mora no Catar há mais de um ano
Arquivo Pessoal
“Não são todos, óbvio. Eu tenho duas cachorras, vira-latas caramelo brasileiras. No bairro que a gente mora, tem algumas áreas que a gente consegue levar, existem umas pracinhas e uns parques arborizados bonitos (…) Se não é de raça, muitas vezes eles não querem. Eles pegam o animal. Cresceu? Eles jogam na rua. Os animais aqui sofrem muito. Essa é a parte mais punk do trabalho”, completou a veterinária.
Consumo de álcool
Há muitas restrições no Catar, entre elas estão o consumo de bebida alcoólica e carne de porco. Segundo Luciana Petry, existe apenas um centro de distribuição desses produtos em Doha e, para adquirir esses itens, é necessário ter autorização de seu chefe.
“Para você ter acesso [ao lugar onde são vendidas as bebidas], você precisa de autorização do seu chefe. Você precisa de uma carta atestando que ele não se importa que você compre bebida alcoólica ou carne de porco. Essas são as duas coisas proibidas no país. Ele precisa dizer qual seu salário, seu cargo, onde você mora, se você é casada. A partir daí, dependendo do seu cargo e sua renda, eles vão te dar uma cota que você pode gastar por mês. Eles controlam muito”.
Meios de transporte
A psicóloga Mariana Telles se mudou com o marido e seus dois filhos para Doha há mais de um ano. Em conversa com o g1, ela falou sobre o setor de transportes no Catar e disse que muitas pessoas optam por andar de carro no país, já que no verão os moradores enfrentam até 32ºC
“A maioria das pessoas anda de carro por conta do calor. O calor no verão é impossível. Até agora no inverno, estamos com 32ºC. O metrô é muito vazio, um metrô super limpo, eu comento que o banheiro cheira à rosa, o banheiro público é todo pensado, cheio de detalhes”, disse.
Brasileira Mariana Telles mora no Catar
Arquivo Pessoal
O metrô, apesar de ter poucas linhas como opção, oferece serviço “Golden” – uma espécie de primeira classe para quem paga a mais pelo serviço. E há ainda o “vagão família”, onde homens desacompanhados não podem entrar.
“O metrô é dividido. Agora na Copa não vai ser assim, mas temos o vagão Golden, como se fosse uma primeira classe de um trem. Temos um vagão da família, que só pode entrar homem acompanhado da família. Se o homem for sozinho, as mulheres catares dizem ‘você só pode ficar no outro vagão’. O pessoal do metrô te conduz a ficar no vagão família”.
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